De vez em quando percorro os livros atuais e resgato aqueles que evocam em nossa sociedade algo fora do comum, que suscita o pensamento crítico em meio a tantas divagações fáceis, tanta autoajuda para problemas próprios e tanta insubstancialidade.
Eu notei o livro Seu consumo pode mudar o mundo no espírito de que a pretensão do título não me levaria a outro novo erro intelectual. E a verdade é que não me decepcionou, de jeito nenhum.
A evidência das multinacionais no controle da ordem mundial É isso, uma evidência que é superada emocional, intelectual e racionalmente graças ao individualismo desenfreado que paralelamente se sabe estabelecer por essas mesmas corporações tão realmente perversas quanto aparentemente benevolentes através da publicidade e das constantes técnicas de lavagem de imagens.
É por isso que reclamações claras com propostas paralelas que podem aliviar o abuso e a imoralidade são tão necessárias. E este livro é uma daquelas denúncias que oferecem formas de compensar a ditadura do capital.
Não estamos falando de comunismo, nem de sistemas alternativos a essa democracia, considerada o menos ruim dos contratos sociais. Pelo contrário, trata-se de participar de forma responsável, sem se deixar levar por aquela publicidade distorcida, colocando diante de nós o que resta do pensamento crítico para provocar uma mudança, uma redistribuição de riqueza com a melhoria das oportunidades que isso acarreta para todos.
Lute de uma forma alternativa, enfrente o consumo ultrajante, abra novos caminhos de igualdade. Gestos obviamente viáveis com um pouco mais de consciência social. Uma consciência que também tem aquele mesmo ponto individualista de que se alimenta a máquina de consumo de massa. Se melhoramos a sociedade, melhoramos os indivíduos.
O autor cita um novo cavalo de Tróia que pode entrar furtivamente no coração de uma oligarquia mundial. Você gostaria de se inscrever?
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