Os 3 melhores livros de Octavio Paz

Com Octavio Paz o triângulo perfeito da literatura mexicana do século XX se fecha, porque ao lado dele encontramos Juan RulfoCarlos Fuentes. Muitas vezes acontece que a literatura resulta em uma espécie de sinergia geracional. Da incomparável coincidência histórica na vida de Cervantes y Shakespeare, a contemporaneidade tem sido um fato que se repetiu em diversas ocasiões.

E enquanto o exemplo dos dois grandes gênios europeus representa o ápice dessa sinergia de letras, o triângulo que coincide temporariamente em seus vértices entre Rulfo, Paz e Fuentes também tem sua substância. Porque todos os três representam picos literários semelhantes do México para o conjunto de letras hispânicas e mundiais do século XX. Conhecidas são as desavenças sociais e políticas entre Carlos Fuentes e Octavio Paz, mas são detalhes que não ofuscam o alcance criativo de ambos e o enriquecimento final do estritamente literário.

Mas enfocando Octavio Paz, o mais ilustre dos três, assim que acabou sendo homenageado com o Prêmio Nobel de Literatura em 1990, sua capacidade criativa abarcou poesia e prosa com a mesma solvência, ganhando elogios e ganhando leitores de um gênero. ou outro, graças ao seu equilíbrio entre estética e fundo.

Top 3 melhores livros de Octavio Paz

O Labirinto da Solidão

A modernidade, esse ideal levantado desde o século XX, constrói horizontes, mas ao mesmo tempo pode destruir as áreas mais íntimas do ser humano. Sem dúvida, um labirinto de estranhamento entre o que significa avançar e o que pode significar sentir-se deslocado, estacionado, alienado.

Decifrar essa modernidade pela literatura é acompanhar justamente aquele sentimento de evolução constante desde o íntimo, desde o essencialmente humano. E é assim que nasce a crítica, o equilíbrio.

Um volume de ensaios com nuances de um romance essencial, com imagens que resgatam do imaginário mexicano tudo o que carrega a noção da derrota do indivíduo com a desculpa do circunstancial.

Um livro que pretendia compilar a idiossincrasia mexicana, mas acabou se tornando um ensaio sociológico sobre tudo o que é humano refletido naquela casuística da pátria do autor.

O Labirinto da Solidão

A chama dupla

O escritor sempre tem aquele livro pendente, aquela escrita desejada, mas nunca cometida. E talvez seja porque o momento de escrevê-lo é quando o caminho está praticamente percorrido.

Um livro sobre o amor escrito pouco antes de sua morte, quando reconstruir o conceito é um exercício de experiência e intelectualidade, distante das paixões da juventude. O que vem primeiro, sexo, erotismo ou amor? O que é separável ou indivisível neste triunvirato das nossas emoções? A primeira pulsão é o sexo, sem dúvida, como uma natureza que busca sua continuidade.

A razão adorna o sexo com erotismo, mas talvez não menos do que algumas espécies animais em seu namoro instintivo. Amor é o que resta, o que pode ou não resultar, o que faz aquela chama mudar de cor para necessidade ou sentimento.

A chama dupla

O arco e a lira

Vamos falar de poesia, vamos fazer prosa para tentar entender a manifestação mais brilhante que a palavra oferece: o poema. Para aqueles de nós que não são muito líricos, pode ser um grande prazer encontrar este ensaio de um escritor magistral com uma faceta poética não menos brilhante.

Os leigos da poesia em muitas ocasiões tentam encontrar aquele gosto da leitura de sonetos e rimas de Neruda, Loca ou Baudelaire, mas talvez seja necessário um pouco mais de introspecção, um acesso ao ponto exato em que aquela glória interior do que é alcançado é alcançada lírico.

As chaves podem estar neste livro que analisa a poesia, que nos aproxima do curso da inspiração lírica, que explica como a brevidade das palavras mais precisas pode encher o intelecto e a alma de qualquer pessoa.

O arco e a lira
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