Os 3 melhores livros do grande Mario Benedetti

Se há um autor em que a letra e a prosa adquirem um poderoso sentido de trabalho, é Mario Benedetti. É verdade que sua poesia acabou adquirindo um caráter mais universal. Mas o seu interesse pela política, pela repercussão social e natural nas vivências particulares dos habitantes da cidade, também o levou ao ensaio, ao teatro, ao romance e ao conto.

Desde sua primeira atuação como jornalista, este autor foi recolhendo sua própria impressão do mundo em seus diferentes campos para acabar compondo um alimento criativo nutrido na esfera literária, uma espécie de crônicas e intra-histórias que marcam o avanço de um tempo tangível através a história necessária de um escritor comprometido com a tarefa de humanizar a história.

Com a vida feita em seu Uruguai natal, e já na idade madura, começou a variar sua residência passando pela Argentina, Peru, Cuba ou Espanha. Benedetti foi estabelecido por longos períodos em diferentes países de língua espanhola. Movimentos marcados por circunstâncias políticas, por evolução profissional ou por preocupações próprias de um escritor que necessita de novas perspectivas e tendências.

Benedetti conquistou prêmios e reconhecimentos em todo o mundo. Sem dúvida, ele é um dos últimos grandes poetas que também soube transferir para seus romances e contos grandes impressões dessa humanidade transcendente, que nasce das pequenas cenas de amor e ódio, de idealismos de sobrevivência e de declarações de independência de a alma. Uma pegada intelectual e emocional para leitores em busca de emoções intensas a partir da imaginação exitosa de um autor capaz de equilibrar a poderosa imagem e sensação do poema com a descrição adjetiva de uma prosa que também visa mover e narrar a partir das interioridades de seus personagens. para o mundo.

E como nem tudo é poesia neste autor, vou me animar com seus três melhores livros em prosa.

Os 3 melhores livros de Mario Benedetti

O melhor dos pecados

As compilações póstumas ficam sempre a critério dos editores. Desta vez, é um compêndio de sucesso da visão do autor de um dos fundamentos humanos, amor e sexo.

No caso de um autor tão heterogêneo, nada melhor do que um volume onde se possam saborear todas aquelas pinceladas do diverso criador.

revisão: Eternidade, a vida além da morte é adivinhada ao esfregar contra outra pele. É nesse momento molecular que nos aproximamos da eternidade.

O sexo nada mais é do que um reflexo explosivo de uma vida eterna que não nos pertence, uma tentativa de nos projetar além do nosso último amanhã. Possivelmente é o único prazer sem contra-indicações, exceto pelos obstáculos morais que historicamente nos esforçamos por estabelecer.

É por isso que um encontro carnal é tão apreciado em todos os momentos. A paixão é a única verdade, a única realidade que comunica sentidos, experiência e puro empirismo por meio do prazer. Uma comunhão que desperta da sua essência, sem desculpas nem censuras.

Deixar-se levar pela paixão é o maior ato de honestidade que você pode fazer. Mario Benedetti sabe muito sobre tudo isso. No livro dele O melhor dos pecados apresenta-nos dez histórias carnais, sobre como as personagens vivem ou viveram os seus melhores momentos da vida, aqueles em que se entregaram à paixão.

Do sexo como acto de amor totalmente inconsciente, ao amor com sexo ou sexo improvisado, à paixão desenfreada ou mesmo à simples evocação de momentos de paixão como a melhor memória entre tantos anos vividos.

Paixão e sexo sem idades específicas. Segundos eternos na história dos dez personagens que habitam este livro cheio de eternidade.

Uma verdadeira joia que você deve ler para lembrar a paixão que vive em você, antes que seja tarde, antes que o amor carnal se torne rotina para uma eternidade tida como impossível. O livro se completa com algumas ilustrações de Sonia Pulido consistentes com a profundidade existencial das histórias. Nada mais profundo do que a paixão da fusão entre dois corpos.

O melhor dos pecados

Primavera com canto quebrado

Um daqueles romances que impregnam o lirismo mais típico da prosa, aquele que leva ao arrependimento da existência, à tragédia das circunstâncias vividas.

No caso de Benedetti, seu Uruguai natal se torna cenário de uma narrativa que coloca o humano como único fio condutor da história. Nas circunstâncias particulares de um Uruguai submetido a uma daquelas ditaduras do final do século XX que começaram nos anos 80 e terminaram nos anos XNUMX.

Um golpe sempre supõe uma vontade de impor e de uniformidade cívica até o ponto de vista moral. E sob esse guarda-chuva sinistro passa a vida de alguns uruguaios que esperam reconstruir a primavera de suas vidas, quebrada por novos desígnios políticos, mas capaz de retomar novas luzes de inclusão para todas as almas.

primavera com um canto quebrado

Caixa de correio de tempo

O tempo, aquele grande abstrato que estrutura a memória e que transforma o que vivemos à medida que ganhamos perspectiva histórica.

Nas mãos de um escritor como Benedetti, a correia transmissora de poderosos sentimentos de nostalgia e anseios líricos, as histórias aqui incluídas são uma espécie de transpiração da alma.

O mais interessante sobre este volume é a sensação de que é abrangente em relação a esta consideração do tempo limitado, da mortalidade, das memórias necessariamente processadas por sistemas semelhantes de integração humana.

Identificar todo o tempo expirado é sempre um exercício de dor ou saudade, superação ou alegria. O passado não deixa ninguém indiferente porque o que aconteceu nos torna quem somos.

O melhor de Benedetti é a sua capacidade de peneirar tudo com o brilho do humor, entre ecos, cheiros e imagens que já não existem, a não ser naquele lugar inacessível onde a vida se revive como um sonho que nos revisitará quando acordarmos às sua chamada.

caixa de correio de tempo
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