Os 3 melhores livros do rebelde… Jack Kerouac

Em muitas ocasiões, a autenticidade literária acaba beirando um conceito extremista nos aspectos vitais, existenciais e até comportamentais. Esse é o caso Jack Kerouac. A partir de cujo modo de ver a vida e suas consequentes ações acabou sendo escrito seu fim precoce.

O mesmo não pode ser dito do outro grande representante da geração Beat, William Burughs, mas o segundo deveria ter adicionado a tudo isso um pacto com o diabo ...

AQUI ESTÁ UM VOLUME COM O MELHOR DE KEROUAC

No caminho. Os Metrôs. Os Andarilhos do Dharma

Voltar a Kerouac, sendo o expoente máximo da geração beat (à qual também se juntaria como terceira perna do banco Allen Ginsberg), significou para ele uma dívida contínua com a crítica do que existe, com o repúdio a todas as convenções e com a busca de alternativas à moralidade vigente a par de uma experimentação niilista e, em última instância, destrutiva em seu embate em frente à parede de uma realidade teimosa.

Portanto, para Kerouac, era tudo uma questão de buscar os limites e, ao mesmo tempo, insistir em relacioná-los. E daí um daqueles testemunhos reais que parecem o romance de uma vida que não se enquadra nas regras do jogo. Até que seu legado fosse abraçado pelo movimento hippie, muito mais massivo, que viria depois.

Os 3 livros mais recomendados de Jack Kerouac:

No caminho

Cada corrente ou crença tem sua bíblia. Quem se aproxima do movimento beat encontra neste romance as diretrizes da tendência.

De Kerouac é valorizado, acima de tudo, sua escrita sem disfarce ou artifício, muito em sintonia com Bukowski e seu realismo sujo (nunca entendi realmente a diferença entre as duas tendências se em essência marcam o mesmo desencanto com o estabelecido).

A questão é que este livro é a viagem, a intenção, as ideias, os desejos, as frustrações, a busca daquele algo místico que consegue dar asas à realidade, a aventura de viver na corda, os vislumbres de toda uma contracultura. , negação e rebelião.

A juventude como a lucidez de descobrir que não há nada além dos dias do vinho e das rosas, a desgraça como libertação e a sensação de um fundo ácido de verdade exposta nua ao mundo.

No caminho

The Dharma Wanderers

Nesse desejo de encontrar sustento para a alma, muito além de tudo que fede o Ocidente e seus padrões duplos, Kerouac explorou o budismo, com sua aura de religião que exige total consonância com os atos.

O único aspecto em que um Kerouac esperançoso pode ser lido é neste refúgio de espiritualidade instrumentalizado para o hedonismo final, a paz da alma.

O conhecimento de ideias tão distantes de outras religiões tortuosas dos Estados Unidos ou da Europa fez Kerouac considerar que finalmente poderia encontrar esperança no ser humano sob os auspícios dessa nova forma de ver o mundo e compartilhá-lo com os outros.

Uma viagem que o autor compartilha com seus companheiros de geração, a quem retrata em várias ocasiões ao longo do livro.

Os Andarilhos do Dharma

Big sur

Neste livro é necessário lançar um aviso aos navegadores. É mais do que provável que, enquanto Kerouac começou a escrever este livro, ele reuniu substâncias com as quais poderia concordar em narrar o indizível da inconsciência.

Se pudesse ser escrito enquanto dormimos, o resultado provavelmente seria algo como este livro. Elevado a níveis literários excessivos, pode ser, insultado por falta de perspectiva, não o descarta também.

O que está claro é que nessa escrita que às vezes parece típica de uma narrativa automática, também se saboreiam aqueles momentos de glória da mente de um autor singular, dedicados a causar borrar uma realidade que não o convence.

Se um livro pode adquirir valor alcançando espaços profundos de seu autor, então, sem dúvida, ele será uma obra-prima de singularidade criativa.

Grande sur ne
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