Os 3 melhores livros de Hervé Le Corre

Não saber onde marcar um autor já diz muito sobre seu trabalho. O de Hervé Le Corre É um híbrido desconcertante entre o noir francês, ainda carregado de muito talento policial, suspense e até thriller histórico. Então Le Corre brinca com a confusão, talvez com aquela dedicação ao ofício de escrever com aquele gosto pela duplicidade. Porque nada melhor do que escrever para se libertar de outras tarefas (Le Corre é professor).

Transformado em escritor depois da meia-noite, ou durante as férias, gosta de escrever com um toque de infidelidade e irreverência com a própria realidade e as suas imposições quotidianas. Sem dúvida um verdadeiro privilégio, um espaço perfeito para espalhar a imaginação sem o conforto alienante das televisões, plataformas e outros ecrãs...

Na sua literatura, cada vez mais internacional, encontramos histórias para todos os gostos. Claro, sempre mantendo uma tensão que aborda o psicológico e até o social, conforme a trama. Histórias para "sofrer" com aquele prazer masoquista de todo bom leitor de suspense, crime e outras obscuridades do nosso mundo... Pierre Lemaître mais sofisticado em seu fundo e o Bernard minier mais dramático em seu ritmo, para citar dois outros grandes nomes do noir francês.

Top 3 romances recomendados por Hervé Le Corre

Depois da guerra

Partindo da noção de que os anti-heróis são os que quase sempre vencem na realidade, esta história chega até nós após a Segunda Guerra Mundial na França tentando recuperar um ritmo de vida ainda atolado em velhos medos e sombras.

Bordéus, cinquenta. Uma cidade cheia de feridas após a Segunda Guerra Mundial por onde passa a silhueta perturbadora do Comissário Darlac, um policial sem escrúpulos que colaborou com o regime nazista. Ao mesmo tempo, longe, mas perigosamente perto, começa um novo conflito: os jovens são convocados na Argélia.

Daniel sabe que este é o seu destino. Ele perdeu os pais nos campos de extermínio e é aprendiz de mecânico. Um dia, um estranho chega à garagem onde ele trabalha para consertar sua motocicleta. Não é por acaso. Sua presença desencadeará uma onda de violência em toda a cidade, enquanto outros crimes ocorrem na Argélia. A guerra nunca acaba.

Depois da guerra, por Le Corre

sob as chamas

Paris pode orgulhar-se de ser uma das primeiras cidades autónomas num exercício de insubordinação pouco lembrado, mas que aponta para a ideia do povo como um grupo capaz de tentar a revolução até a conseguir. Através do sangue e do conflito, sim, e enfrentando os riscos da anarquia que nem sempre parece a melhor opção dada a conhecida natureza humana.

Pelas ruas de uma cidade cheia de trincheiras, o mal anda livremente. Mulheres muito jovens estão desaparecendo e as suspeitas giram em torno de um fotógrafo cujo trabalho é um tanto peculiar.

Uma das mulheres sequestradas é Caroline, a noiva do sargento Nicolas Bellec, um combatente do lado plebeu. Ninguém parece ter a chave do porão onde ela está trancada, e quando as tropas de Versalhes entrarem com sangue e fogo, não haverá escapatória.

O assunto é investigado por um policial com um sentido de dever marcante, o comissário Antoine Roques. A deles é uma corrida contra o tempo para encontrar a garota, enquanto o inexorável fim da Comuna se aproxima.

Sob as chamas, de Le Corre

cães e lobos

Existem ambientes que preveem desastres apenas por suas correntes leves de calmaria. Um trabalho que combina perfeitamente com aquele cenário nítido e perturbador. A questão é se envolver até sofrer aquele medo inescapável diante da mais infeliz predestinação. A desgraça sempre espera...

Franck é libertado da prisão após cumprir pena, ele não queria trair seu cúmplice em um assalto: Fabien, seu irmão mais velho. Jessica, namorada de Fabien, o recebe em sua casa, aguardando seu retorno da Espanha, onde foi fechar um negócio. Mas o lugar onde Franck chega é uma casa sufocante que ele deve dividir com a família de Jessica e um cão ameaçador.

Entre os pinheiros das Landes de Gascogne, longe de Bordeaux, o verão traz um calor denso, úmido e insalubre que desperta os instintos mais baixos. Além disso, uma gangue violenta assedia Jessica e sua família. Quando os verdadeiros motivos da ausência de seu irmão vierem à tona, Franck deixará de uma vez por todas sua aparência de cão dócil e se tornará um lobo implacável.

Em Cães e Lobos a velocidade do thriller se mistura com o tom sombrio do romance policial e uma profundidade psicológica única. Hervé Le Corre revela-se um escritor capaz de combinar extremos: o lirismo da paisagem selvagem com a mais crua violência humana.

Cães e Lobos, de Le Corre

Outros livros recomendados por Hervé Le Corre…

descida na noite

Facilis descendus averno…como proclama a língua latina. Cada viagem às interioridades da noite é essa descida ao inferno. As almas mais leves são tingidas de preto nas cidades do pecado que convidam você a dar aquele passeio pelo lado selvagem. Antigos equilíbrios sinistros entre aparências e duras verdades…

O inspetor de polícia Pierre Vilar é um homem que teve tudo tirado dele. Seu filho de dez anos, Pablo, desapareceu deixando a escola sem deixar rastro. A história de Pierre se entrelaça com a de Victor, um menino que descobre o cadáver desfigurado de sua mãe a caminho de casa da escola. Enquanto o menino entra no mecanismo burocrático do acolhimento com as cinzas da mãe como única companhia, Vilar investiga a morte da mulher e suas ligações com uma rede de prostituição. Mas à medida que a investigação toma forma, o passado volta com força total: Vilar começa a receber telefonemas sinistros de um homem que afirma saber o que aconteceu com Pablo.

Ambientado em uma Bordeaux macabra e sufocante, Hervé Le Corre assina um romance muito negro, comovente e implacável, que transcende o gênero e nos joga em um submundo de violência infantil, prostituição e feridas abertas.

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