A Oresteia tem aquele ponto de trabalho imortal. A sua conservação imaculada, desde a Grécia antiga até aos dias de hoje, fazem dela um elo com a origem da nossa civilização, um canal de comunicação com aquele mundo em que tudo começou.
E como diz a citação em latim: «Nihil novum sub sole», a interpretação deste livro The House of Namesde Colm ToibinIsso nos lembra exatamente isso, que não há nada de novo sob o sol. O teatro por onde passaram os personagens da Oriestíada de Ésquilo continua o mesmo até hoje. Porque, citando Terence nesta ocasião: Homo sum; humani nihil a me porra alienum. Em outras palavras, nada que seja humano não é estranho.
Desde o primeiro humano até aquele que dá o último adeus, teremos sido os mesmos, as mesmas emoções, as mesmas dores e paixões, a mesma ambição, o mesmo ódio e um amor idêntico à única vontade capaz de ligar tudo.
Em qualquer caso, em termos práticos, é sempre arriscado visitar um clássico e retirar um pouco da sua pátina para que se adapte bem aos tempos atuais. Apenas o conhecimento profuso da intenção por trás de uma obra clássica desta profundidade permite esta tradução mágica dos sentimentos e intenções do autor.
Mas não há dúvida de que Colm Toíbín consegue. Aperte a tecla. Ele consegue escolher a personagem mais profunda da peça: Clitemnestra, a mulher e mãe cheia de rancor e necessitada de justiça finalista. Estender a mão para penetrar na psique dessa personagem feminina milenar dá a essa interpretação o rótulo de uma obra-prima.
Como resultado, encontramos um terreno para cultivar enquanto revivemos a História dos nossos ancestrais mais antigos, aquela história que ficou maravilhosamente gravada nas lendas e mitos que a Oriestíada trouxe aos nossos dias.
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