Dizer que David Bowie foi um músico camaleão é algo banal demais. Mas você tem que começar com algo para definir os gênios.
Continuando com aquele primeiro esboço, consideremos o próprio ser humano. A presença de Bowie era uma coisa legal em si mesma. Suas aparições no cinema ou sua ida ao palco já ofereciam aquele ponto magnético de quem anda pelo mundo tocado pela varinha.
Vamos trazendo cor ao esboço de Bowie com sua inegável criatividade. Além de sua presença avassaladora, o cara criou uma música muito boa, um repertório de canções eternas que parecia nascer da psicodelia (impressão reforçada por seu tom inclassificável de voz) e que acabou sendo desenhada como canções de grandes refrões que mal se ouviam sentenciadas a sua qualidade como uma obra-prima pop.
No final, o gênio como personagem, principalmente no caso de Bowie, acaba perfeitamente camuflado com isso, com seu personagem, com seu papel. Talvez com obstinação para não mostrar o seu lado mais "normal". Mas, claro, há uma parte interna que as pessoas mais próximas de você podem testemunhar. Além das impressões de devotos e fãs, que poderiam qualificar qualquer uma de suas aparições públicas como divina; sua família e amigos, outros artistas, as pessoas que o acompanharam nos bastidores oferecem neste livro o desenho da pessoa por trás do gênio.
Entre tantas pessoas ao redor de Bowie, a personalidade do gênio acaba se delineando. O que moldou o seu jeito de ser, o que o dotou do pano de fundo necessário para fazer música, para pintar seus quadros. E você já sabe que a criação costuma ter dívidas pendentes com espaços tempestuosos no amor ou no passado.
Ler este livro é saber mais sobre um dos grandes músicos da história.
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