Viva a obra do gênio. Mesmo que seja através de reedições que resgatam aquela grande referência do gênero negro que foi henningmankell. Porque o que encontramos nesta ocasião é aquela ópera de estreia disruptiva ou antes exploratória por ser a primeira, uma verdadeira jóia de como o escritor se faz, de como desperta as suas inquietações, com o horizonte certo daquele toque inequívoco do escritor talentoso para a narrativa que inicia sua dedicação a esse ofício.
E, apesar de finalmente ser conhecido internacionalmente por suas sagas de romances policiais, Mankell teve aquelas origens típicas de sondagem do escritor autodidata. E apesar de sua intenção crítica do social permanecer sempre impregnada em sua série negra, é aqui, na origem, que esse prisma direto sobre aspectos sociais específicos se destila em maior medida.
O setor de mineração, aqui e ali, em qualquer parte do mundo onde as entranhas da terra são picadas para extrair minerais de qualquer espécie, sempre foi uma atividade arriscada, estigmatizada por acidentes, doenças e morte; e cercado por aquele halo entre sombrio e misterioso, escurecendo a alma desses trabalhadores do submundo.
O enredo desse romance nos leva a uma cidade norueguesa, de volta a 1911, quando falar de medidas de segurança parecia ficção científica, além do capacete, é claro. E é aí que encontramos Oskar Johansson, que acaba morrendo em algumas operações de detonação de minas internas.
Mas sua morte é apenas um fato oficial. Porque a verdade é que Oskar sobreviveu ao acidente e continuou com sua atuação como mineiro por uma vida longa até a velhice.
E a partir desse fato descobrimos uma história que se conecta com a realidade mais dura da vida na mina, das relações entre os colegas e as comunidades criadas em torno desse trabalho que se até hoje ainda é difícil, supôs que funcionou no inferno.
O personagem Oskar Johansson adquire o valor de um mito, de um ídolo da bacia mineira cuja história é narrada a partir de vários personagens que completam um cenário do setor mineiro nos primeiros anos do século XX.
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