Os verdadeiros sobreviventes das guerras aparecem entre os punidos que assumem suas vítimas o melhor que podem. Uma criança que é tirada de sua mãe no último dia da Guerra Civil encontra seu único abrigo nos braços da Sra. Stendhal no qual continuar sendo uma criança amada por uma figura materna.
O pós-guerra é aquele espaço vazio, aquele nada temporário em que tudo desapareceu e as vidas tentam encontrar novas rotinas em meio à necessidade marcada e às carências prementes. Lluc é aquela criança que só pela inocência pode compreender um mundo caótico como a normalidade, que supera ausências por meio de presenças às quais se apega para continuar sentindo o amor roubado.
Em outros trabalhos recentes sobre a Guerra Civil Espanhola conhecemos perspectivas de combatentes ou sagas familiares, ou segredos de estado ocultos na ação militar. Mas só neste livro Sra. Stendhal recuperaremos a mais importante das perspectivas, a da inocência infantil diante da realidade das armas.
Porque depois da guerra, o pior ainda está por vir. Os vencedores tendem a ser ainda mais cruéis quando se reconhecem superiores. O desejo de exterminar um inimigo que não existe mais continua a se espalhar sobre qualquer um que poderia estar do outro lado.
Despertada a crueldade da guerra, suas brasas não são fáceis de apagar com o último tiro. Acostumados a exaltar o ódio, os vencedores buscam vingança contínua.
O período do pós-guerra em um conflito civil é apenas isso, uma execução dos vencidos, um fim sem armistício. Não importa o quão inocente você seja, você sempre pode ser a nova vítima.
Mas neste trabalho também encontramos esperança. Lluc espera poder ser criança e mantém promessas de um futuro melhor. Por meio de seus olhos e de suas emoções primárias, estamos examinando uma realidade cujas interioridades violentas escapam à compreensão da primeira infância e também à compreensão de qualquer leitor.
Agora você pode comprar o livro Sra. Stendhal, o último livro de Rafael Nadal, aqui: