Em muitas ocasiões, o passado pode acabar moldando um romance policial. A culpa ou o remorso podem levar ao sofrimento do caso não resolvido, o do próprio destino de cada um.
Assim, a proposta de Florencia Etcheves contém aquele excedente literário do passado à espreita na memória ou nos sonhos, como um acontecimento mórbido que nos convida a olhar para trás enquanto a razão queria fugir para a frente.
De certa forma, a abordagem desse romance me lembra o livro Sleepers de Lorenzo Carcaterra, ou o filme de mesmo nome. O passado, um grupo de amigos e um acontecimento tenebroso que rompe com tudo ... anos depois um desses amigos é policial e tem que enfrentar um reencontro grosseiro com tudo o que quer esquecer.
Desta vez ela é uma policial: Manuela Pelari, personagem recorrente neste escritor. E por meio dela vivemos os momentos antes e depois do passado desaparecimento de Cornélia. Isso foi há uma década, mas a dívida continua válida para a Manuela.
Assim, quando a protagonista descobre o menor indício para relançar a investigação, ela parte sabendo que o assunto acabará por despertá-la do fundo de seu ser. Além disso, o resgate do assunto levará a novos choques naquele distante grupo de amigos que acompanhou Cornélia em uma divertida viagem à Patagônia.
No início, ele só tem um lembrete, um obituário pago anonimamente em um jornal. A partir desse fato simples e sinistro, os amigos terão que recuperar velhas impressões, prontos para superar seus medos de uma vez por todas.
A corrente encontrada por um jovem na neve, as horas frenéticas que se seguiram ... O passado volta repentinamente a abalar os alicerces da existência, à maneira do vulcão túnico, sempre ameaçando com respingos de lava na inóspita Patagônia.
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