Os 3 melhores livros de Robertson Davies

Em 1990, a literatura canadense teve um encontro fascinante entre Margaret Atwood y Robertson Davis. Naquela ocasião, os dois escritores travaram uma luta brilhante para serem os melhores escritores canadenses do momento e, por que não, já que estavam nisso, da história.

Lançaram-se numa série de afrontas entre o narrador octogenário e Atwood que, próximo dos 50 anos, também nada tinha a provar. Naquele dia foi preciso mostrar quem ocupava mais e melhor nas listas de prestígio e honra de vendas. Isso foi finalmente resolvido por um dos dois afirmando: "Juro pela Bíblia que posso ser infinitamente mais difamatório do que você." Da luta pelo estilo passaram a mostrar que toda luta de egos acabou levando à mais absoluta mesquinhez.

Anedotas à parte, Atwood e Davies sem dúvida se alimentavam um do outro. A sobrevivente Atwood já sabe hoje que é uma das maiores letras canadenses, com a permissão daquele cara barbudo e pretensioso das formas que, porém, no fundo certamente conseguiu evocações épicas do humano, com conotações fantasmagóricas ou a partir de impressões perturbadoramente realista sobre a humanidade.

Os três principais romances recomendados de Robertson Davies

O que se enraíza no osso

Um daqueles romances que encapsula a arte da ficção por excelência, que nada mais é do que equilibrar ao máximo ação e reflexão. Em Francis Cornish descobrimos o ecce homo, o humano exposto à nossa análise mais aprofundada, da alma ao orgânico. Depois vem a ação, a inserção do personagem em um cenário dinâmico e de ritmo acelerado. Nada melhor que a guerra para nos confrontar com perigos e também para colocar dilemas sobre a vida, a morte e a transcendência do artístico, do seu valor ao seu preço. Uma história necessária para qualquer leitor de ficção.

Começamos pelo final, para mais perplexidade. Francis Cornish é um rico e misterioso patrono e colecionador de arte canadense que acaba de falecer. Das perigosas circunstâncias que levaram ao casamento de seus pais por meio de seu treinamento artístico heterodoxo? Iniciado na oficina de um embalsamador? ou sua iniciação amorosa, o romance passa pelas diferentes fases de sua vida e dá conta da evolução de seu personagem.

É assim que se revela seu passado como restaurador e falsificador de pinturas, habilidades que durante a Segunda Guerra Mundial o levariam a fazer parte da espionagem britânica e a participar de uma conspiração para vender obras de arte falsas aos nazistas. Neste romance, Robertson Davies cria uma história engenhosa sobre as razões, paixões e intrigas que movem o mundo da arte.

O que enraíza no osso

Deptford Trilogy

Davies era capaz de grandes trilogias e as uniu com a surpreendente facilidade de quem se dedica a uma tarefa rotineira. A sua mestria transborda neste volume onde, pelos túneis labirínticos da história, do mito e da magia, nos é fornecido um antídoto estimulante para um mundo, citando o autor: “onde o medo, o terror e o esplendor do maravilhoso desapareceram.

Em "The Fifth Discord" é onde, em torno da misteriosa morte do magnata canadense Boy Staunton, o enredo deste romance é tecido. A narração é fornecida por Dunstan Ramsay, amigo de Staunton desde a infância, que ao tentar esclarecer as circunstâncias de sua morte não terá escolha a não ser confrontar a história de sua própria vida. Desde o início da história, Ramsay exerceu uma influência mística e não inteiramente inócua sobre aqueles ao seu redor: ações aparentemente inocentes - uma luta com bolas de neve ou aprender truques com cartas - serão reveladas como eventos decisivos na vida de outras pessoas.

"Manticore" David está chateado desde a morte de seu pai. Ele, ao contrário da polícia, está convencido de que seu pai foi assassinado. Determinado a se livrar de sua obsessão, David viaja para Zurique para fazer psicanálise no Instituto Jung. Forçado por psiquiatras a investigar sua memória, David vai aos poucos trazendo à luz uma extraordinária galeria de personagens e memórias que lhe permitirá enfrentar seus próprios demônios e, acima de tudo, a memória de seu pai.

"The World of Wonders" fecha a Trilogia Deptford com um clímax espetacular, resolvendo o mistério em torno da morte do magnata Boy Staunton. Ações aparentemente inocentes - uma luta de bola de neve ou aprender prestidigitação - serão reveladas como eventos decisivos na vida de Paul Dempster, um garoto de Deptford que Staunton conheceu na infância e que, com o tempo, se tornaria Magnus Eisengrim, o mais famoso mágico de sua época.

Deptford Trilogy

Espirito festivo

Na época, citei um livro de Edgar Allan Poe sobre uma divertida reunião de espíritos como o melhor de sua produção. É sobre a intenção desconcertante de despertar hilaridade e terror em uníssono. Desta vez o assunto é mais voltado para o humor. E assim, o fantasma é mais para abordar o inexplicável deste mundo (quase tudo) a partir da visão de personagens ilustres e clarividentes já mortos.

Uma das melhores coisas sobre este volume é a representação de personalidades reconhecíveis, daqueles que já foram faróis de nosso mundo já foram para uma vida melhor ou pior, mas que voltam para julgar e fornecer aquele vislumbre tragicômico de tudo ao nosso redor. Extravagante, às vezes perturbador ..., magia feita de literatura popular próxima.

Durante as tradicionais festividades de Natal realizadas no Massey College da Universidade de Toronto, Robertson Davis ele tinha o hábito de entreter os alunos contando histórias de fantasmas. Esta antologia reúne essas dezoito histórias nas quais Robertson Davis Ele magistralmente integra conotações de paródia em histórias de terror lúgubres. Uma antologia inesquecível de histórias de fantasmas em que Robertson Davies integra com maestria a paródia e curiosidades literárias em histórias de terror.

Espírito natalino
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