Não me toque, por Andrea Camilleri

Não me toque, por Andrea Camilleri
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A história da literatura está repleta de pequenas obras excelentes. A partir de O Pequeno Príncipe até Crônica de uma Morte Anunciada. O que acontece é que este tipo de obra não é habitualmente encontrado na literatura do século XXI, mais sujeita a imposição editorial ou gostos de leitura, a grandes romances em termos de dimensões, com os quais talvez justifiquem os preços de alguns daqueles volumosos exemplares.

Divagações no mercado editorial à parte, Don't Touch Me parece uma ótima pequena obra. Para piorar as coisas, enquadrado no gênero romance policial (tão sujeito a obras extensas e complicadas).

E, apesar de parecer contraditório, para falar de Laura, a protagonista indiscutível deste romance, vou trazer à tona o extenso romance policial: «A verdade sobre o caso Harry Quebert«. E faço isso porque acho interessante o paralelismo fundamental entre os dois enredos. Conhecer uma personagem como Laura no primeiro caso ou como Nola no segundo é uma concha de perspectivas sobre as pessoas que os conheceram na vida.

Os mistérios de Laura ou Nola tornam-nas questões enigmáticas para o leitor. Mulheres que parecem ser quem não são, ou que escondem partes de suas vidas que percebemos muito diferentes de sua aparência social.

Desde o primeiro momento que você começa a ler, Camilleri prendeu você na busca por respostas para o desaparecimento de Laura. Uma mulher que tem tudo, que parece funcionar socialmente à vontade, que se dedica ao que mais gosta. Por que desaparecer?

O comissário Maurizi está amarrando as pontas do caso (sim, também como Marcus Goldman no caso Harry Quebert). A diferença entre esses dois romances está na forma. Não me toque é acelerado o tempo todo. Cenários curtos e diálogos fluentes. Frases curtas, mas interessantes, perfis de personagens sutis para deixar sua imaginação correr solta.

Pequenos trabalhos como este sugerem muito mais do que o que é lido. E a verdade é que tudo se deve à virtude do autor, à sua capacidade de convidar a ponderar opções, a colocar questões, a procurar justificações.

Em resumo, um ótimo pequeno romance provar sem demora, sem excessos retóricos, mas com o grande ofício sintetizador do virtuoso da escrita. Pinceladas sobre enigmas históricos e a grande História da Arte, que tanto tem despertado o imaginário popular e o imaginário dos amantes da Arte.

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