O foco da maior parte da ficção científica midiática de hoje concentra-se em um George RR Martin que ao contrário do que se poderia esperar, continua fazendo seu trabalho, criando cada vez mais histórias além da saga Canção de gelo e fogo, catapultado para a glória de massa em seu lado cinematográfico.
Sem dúvida, o reconhecimento geral e os enormes lucros servem sempre como o elogio perfeito para continuar a criar ou, porque não, para recuperar algumas daquelas histórias já publicadas e revisitadas ao longo dos anos. Este caso de Nightflyers já havia sido publicado na época sob o título Nocturnal Nômades, os brilhantes anos 80 estavam correndo e o CiFi vivia um de seus tempos áureos. Até hoje, o crescente monstro da Netflix serviu para reimprimir esta interessante história.
E assim recebemos este pequeno romance da tenra idade de Martin. Uma história com ecos da primeira Odisséia no espaço, mas com o acréscimo daquela tensão claustrofóbica que popularizou a saga Alien. A questão é o equilíbrio, que o trabalho é convincente para quem busca aquele ponto transcendental entre as estrelas e para quem gosta de confrontos interplanetários ou expedições ao desconhecido que levam a thrillers do cosmos.
Nós nos encontramos com uma história de terror em um espaço sideral sem alma em que nove expedicionários excêntricos estão determinados a contatar o Volcryn sem considerar as consequências. O que os espera, enquanto dirigem seu navio para o desastre, congela a alma de qualquer um. Nem um único vislumbre de esperança nos guia entre alguns desses personagens com os quais temos empatia perfeita para a ocasião do pânico.
Um capitão de navio que sempre desperta suspeitas e receios. Uma equipe na qual se destacam aqueles personagens com os quais conquistamos aquela empatia necessária para o mimetismo com a trama. Aproveitamento máximo do ritmo, talvez devido ao frenesi juvenil do autor, que faz da narrativa, antes, um pequeno romance.
A morte logo aparece nesta jornada e por mais extenso que seja o cosmos, não há lugar para se esconder. A questão é adivinhar se não poderia ter sido tudo programado, pela mente perversa que parece brincar com eles ou por um dos membros de uma expedição prestes a ser amaldiçoada.
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