De meados do século XNUMX ao início do XNUMX, os escritores enfrentaram um mundo em mudança. Cada um enfrentou aquela parte do compromisso que a literatura sempre tem em maior ou menor grau, seja social, político, espiritual, existencial ou simplesmente em termos de crônica dos tempos vividos.
Mas, como digo, os autores daqueles tempos de revolução industrial, conflitos de guerra, imperialismo, lutas sociais, avanços científicos e até tecnológicos, tiveram muito por onde escolher para acabar contando uma história mais ou menos ligada aos aspectos humanos de uma mudança. mundo.
Rudyard Kipling foi descoberto como um contador de histórias extraordinário que mesmo na fábula, aventura ou fantasia sempre mostrou uma intencionalidade, um desejo de despertar o humanismo como ponto necessário de equilíbrio e consciência com o ambiente natural.
A sensibilidade de quem também foi um poeta renomado é descoberta em muitos de seus romances, suas origens indianas e seu espírito viajante dotam suas histórias ou contos de uma habilidade magistral de observação, resgatando novas perspectivas sobre o transcendental no cotidiano, acabando por compor um imaginativo obra capaz de atingir com o mesmo peso literário todos os tipos de leitores, dos mais novos aos mais velhos.
Os 3 principais livros recomendados por Rudyard Kipling
O livro da Selva
As adaptações atuais deste grande romance podem oferecer uma visão trivial da história original. Sem prejudicar a intenção de atingir os mais novos com o personagem Mowgli, a proposta original deve ser resgatada para que acabe ganhando todo o seu valor.
Já não se trata apenas de dar-lhe um contexto histórico (que também), mas a verdade é que a essência deste romance chega à percepção do ser humano no seu ambiente natural.
Porque nossa civilização é feita de cidades, de relações mais ou menos pré-estabelecidas, de papéis e instituições, mas realmente esquecemos que nosso ambiente natural é diferente, que nossa passagem por este mundo deve a essa natureza cada vez mais comprometida.
E é aí que Mowgli adquire uma relevância especial enquanto jovem, ainda capaz de reaprender tantas coisas esquecidas sobre este, o nosso mundo...
O homem que poderia reinar
As edições atuais costumam resumir este pequeno romance e outras histórias publicadas em diferentes publicações da época do autor.
Mas a verdade é que esse trabalho a meio caminho entre a história e o romance acaba sempre se destacando por sua dupla intencionalidade entre aventura e política. Os protagonistas da história tomam sua imagem de James Brooke, que se tornou Rajah do antigo reino de Bornéu (outro reino mais "elevado" ao império espanhol, mas isso é outra história ...) e Josiah Harlan.
Por meio desses personagens, descobrimos uma história de aventuras coloniais em que se descobre a admiração de Kipling por essa forma de regência de tantas colônias inglesas, principalmente em áreas asiáticas.
Mas a capacidade narrativa de Kipling acaba nos apresentando uma história em que o político é relegado a segundo plano em favor do humano, da aventura, das relações interculturais, do enriquecimento da miscigenação e de interesses conflitantes que acabam por movimentar a trama.
Kim da Índia
Se há um personagem na bibliografia de Kipling que acaba ultrapassando os limites da obra, é Kimball O'Hara. Na criança órfã descobrimos a superação, a centelha da sorte como fruto da vontade de vencer todo destino.
Porque quando Kim descobre o lama determinado a encontrar o rio sagrado, ele, que não tem nada nas mãos, também se inscreve na aventura.
E a busca pelo rio acaba compondo uma aventura quilate em que a simbiose entre personagens é sempre enriquecedora em todos os cenários que devem percorrer. Além disso, as surpresas em relação à trama também acabam deixando o leitor sem palavras...
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