Os 3 melhores livros de Oliver Sacks

Quando os livros de um cientista sobre sua ciência se tornam uma espécie de best-sellers informativosSem dúvida é porque estamos diante de um escritor interessado em derramar seus conhecimentos para quem deseja desvendar, mesmo as primeiras pistas ou suas reflexões mais óbvias, realidades interessantes de seu saber. E um daqueles cientistas determinados a revelar o apelo de sua sabedoria foi o ilustre inglês Oliver Sacks.

La neurociência, aquele que iluminou seus primeiros dias curiosamente de Santiago Ramón y Cajal, encontra em Sacks um ilustre pensador cujas preocupações transcendem os campos de ensino ou pesquisa para propor novos cenários em qualquer campo.

O neurológico constitui um universo ainda não totalmente conhecido. E entre suas luzes e sombras Sacks encontrou aquele aspecto literário que assim que nos penetra em patologias específicas ou estudos relevantes à medida que se desdobra em investigações de campo que se conectam com o antropológico.

Como quase todo grande criador que pretende escrever com pleno conhecimento dos fatos, Sacks fez suas próprias condições neurológicas e até mesmo suas limitações emocionais que surgiram para construir um impulso para dar sua vida à pesquisa. Sua práxis, para chamá-lo de alguma forma, às vezes despertava dúvidas na comunidade científica.

Resultado mais de um corporativismo determinado a preservar o conhecimento e aderir a procedimentos estabelecidos do que a preocupação experimental típica de um campo como este.

Em certa ocasião, falei da curiosa relação entre a medicina e a literatura. Uma relação em que encontramos autores tão diversos quanto Chekhov, Pio Baroja, Robin Cook, Connan doyle o Hosseini. No caso de Oliver Sacks, a literatura se torna ciência e a ciência é escrita com vocação para a literatura.

Os 3 principais livros recomendados por Oliver Sacks

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Minha abordagem a esse cientista se deveu a um filme antigo de mesmo nome escrito a partir deste livro. Um livro que chegou às minhas mãos muitos anos depois, quando eu mal me lembrava do filme e do assunto, mais uma vez trouxe à minha mente o caráter vanguardista de um sujeito de cujos experimentos raramente ouvimos falar novamente.

Porque Sacks, em 1969, trouxe de volta à vida alguns pacientes catatônicos considerados impossíveis pela ciência oficial. Nem tudo foi um sucesso retumbante na experiência com uma nova droga. Mas passar de um estado de anulação total para a recuperação de sensações de vida nas quais os estímulos neurais voltam a funcionar foi um choque para todos.

Ainda mais se considerarmos que esses pacientes viviam há mais de vinte anos devido a uma epidemia de encefalite. Um livro intenso para começar com este cientista inovador.

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O homem que confundiu sua esposa com um chapéu

Como título, esta obra traz aquela noção tragicômica que pretende. Sem dúvida por curiosidade, convida você a lê-lo. O que vem a seguir mantém aquele tom de certo distanciamento do técnico, aquela intenção informativa paralela ao desenvolvimento da tese que qualquer livro de pesquisa sempre proporciona. Um total de vinte pacientes com suas idas, suas idas ou suas perdas absolutas da referência do nosso mundo.

Às vezes, parece que Sacks deseja desvendar um estranho equilíbrio entre a distorção da realidade e habilidades extraordinárias.

Se não fosse por seu ateísmo declarado, parece que Sacks apontava para um Deus entre o cômico e o vingativo que concede o presente e corrige o desequilíbrio, tudo em um cérebro onde os neurônios escrevem o mundo particular que eles criaram a partir do DNA.

A aberração das doenças sofridas pelos vinte protagonistas apresenta-nos um panorama arrepiante da nossa arma mais poderosa, um cérebro em cujo procedimento mágico se escondem segredos fascinantes e convicções enlouquecedoras.

Em movimento. Uma vida

Eu estava em dúvida se colocaria o livro em terceiro lugar Alucinações ou esta, a biografia do fato científico de tipo excêntrico e ferrenho promotor do conhecimento da ciência.

E claro, conhecer a genialidade sempre pesa. E é verdade que neste livro conhecemos bem as motivações de um escritor que estão ligadas a um espírito necessariamente inquieto, face aos seus próprios medos sobre a sexualidade, à loucura vista a partir da esquizofrenia do irmão, às suas experiências mais profundas e dramáticas. do seu contato com algumas drogas como via experimental.

Um amálgama de experiências únicas em cuja superação encontramos todas as respostas para aquela perspectiva do homem de ciência liberto de tabus, procedimentos e fórmulas fechadas, ainda mais em um campo tão extenso como a neurologia.

Enquanto outros ilustres médicos, políticos ou atletas podem escrever aquelas biografias soporíferas com a epopéia que os levou até lá como método de treinamento, Sacks certa vez deixou sua alma para nos oferecer exatamente isso, sua alma.

Em movimento: uma vida
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