Sem chegar ao sangue, Mickey Spillane focado em uma variante do gênero noir que não era exigente quando se tratava de apresentar cenas, digamos drásticas.
A justiça, se além de cega, pudesse ser mexida, a torto e a direito, poderia se tornar uma justiça mais satisfatória. Mas mesmo assim ela não escaparia de acabar sendo um mau retrato de si mesma. O ser humano é capaz de corromper tudo e com a força e o poder unidos como a única justiça, tudo justificaria os meios.
O que foi dito acima é baseado na ideologia que emerge deste autor. E é que a ideia desse subgênero duro, que veio para enrolar o novelo policial, gira em torno dessa abordagem de tudo pela justiça, mas sem justiça se necessário.
O que está claro é que o ser humano, desprovido de filtros cÃvicos, pode fazer tudo e justificar tudo. Natureza contraditória e necessidade de sobrevivência ...
Sob essas premissas você pode começar a ler Spillane bastante predisposto a encontrar tudo. Claro, sabendo que não é um gosto minoritário. Spillane foi um dos grandes campeões de vendas e, sem dúvida, um precursor do romance policial atual. Vamos lá, um espelho e tanto para um pequeno Tarantino que poderia facilmente ler este autor.
3 romances recomendados de Mickey Spillane
Eu, o júri
O Martelo como sobrenome do protagonista já anuncia, de alguma forma, aquele toque de violência que nos espera. Às vezes penso que Spillane é o encarregado de enfocar aquele tédio, aquele ódio por uma justiça lenta, ineficaz, garantidora (quando você é a vÃtima, as garantias não o convencem muito). Por isso é mais fácil entender que a leitura dá gosto de tantos seguidores.
Resumo: Mike Hammer é um cara durão que, acima de tudo, defende a ordem. Ele é um detetive particular porque os policiais têm que cumprir as regras e não podem ser fortes o suficiente nos interrogatórios. Além disso, devem deixar o acusado à mercê dos jurados, que são facilmente enganados por advogados qualificados.
Mas Mike Hammer não se deixará enganar. Seu melhor amigo foi morto e o assassino continua a encher a cidade de cadáveres. Ele, Mike Hammer, tem que passar à frente da polÃcia e se tornar juiz, júri e executor do criminoso.
Minha arma é rápida
Um dos primeiros romances de Spillane. Recuperado para o gozo dos insatisfeitos com a justiça real. Hammer veste sua roupa de herói perdedor novamente e enfrenta uma causa perdida que pode acabar com ele mesmo.
Resumo: Uma noite, o detetive Mike Hammer faz uma parada em um bar. Lá ele conhece uma ruiva provocante, solitária, sem muita clientela e sem sorte na vida. Os dois se envolvem em uma conversa amigável que termina com um comentário do detetive para a jovem: tudo seria melhor para ela se mudasse de emprego.
No entanto, ela mal tem tempo para seguir seu conselho porque no dia seguinte ela é atropelada por um carro que atropelou e fugiu. Embora a polÃcia acredite que seja um simples acidente de trânsito, Mike Hammer suspeita que algo está errado. O desejo de dar sentido à morte da jovem leva-o a mergulhar aos poucos em um mundo sórdido e violento.
Assassino meu
Uma cidade dos anos setenta ou oitenta transformada em uma antiga cidade do oeste. As pistolas tornam-se a lei e a sobrevivência consegue-se sendo sempre o mais rápido… e aquele que dorme menos.
Resumo: Um cara esperto estava aumentando a taxa de mortalidade no submundo com um calibre especial .38. O tenente de polÃcia Joe Scanlon se dedica então a realizar uma intensa busca pelos becos escuros e mortais da favela que cerca a cidade... seu disfarce, uma bela policial que se oferecerá como isca sexual... seu alvo, uma assassino de um tiro que está eliminando o resto dos assassinos.