Os 3 melhores livros do revolucionário Karl Marx

Se existe um ideólogo, um pensador ou porque não dizê-lo, uma pedra angular do pensamento crítico mundial desde o século XIX até aos dias de hoje, isto é Carlos marx. Como já aconteceu com Friedrich Nietzsche ou com algum outro filósofo ou pensador, de vez em quando gosto de trazer aqueles escritores que iluminaram o pensamento, que se serviram da literatura como fonte de colocar preto no branco, de fertilizar para a posteridade suas teorias e pensamentos, seus pontos de vista esclarecedores sobre a realidade que paira sobre a humanidade em termos políticos, sociais, científicos e até filosóficos.

De Marx veio, é claro, o marxismo. Mas também dele surgiu o comunismo ou o materialismo histórico. No caso de Karl Marx, é sempre uma questão de confrontar a realidade aparente com a realidade subjetiva, de valorizar a lacuna e despojar o trompe l'oeil do poder, determinado a fazer um povo sempre habituado a comungar com rodas de moinho, do feudalismo a o vivido por ele, os novos sistemas de produção das fábricas no alvorecer da economia moderna que governou até agora (não me atrevo a dizer que o atual sistema capitalista tem muito a ver com aquela ideia original de produção de bens e consumo).

É mais do que provável que, se Marx não tivesse nascido, ele o teria inventado. Portanto, a irrupção de sua figura na Europa foi providencial. Entre os anarquistas dedicados à revolução pelo seu próprio bem e os capitalistas decididos a ignorar as classes trabalhadoras, Marx emergiu com seu ideal de comunismo, uma teoria intervencionista contra o liberalismo já implantada e abençoada por Adam Smith.

O problema da luta de classes foi resolvido em metade da Europa. E não se pode dizer que Marx foi apenas o teórico da revolução. Ele estava envolvido em uma infinidade de movimentos revolucionários, até mesmo pagando por suprimentos de armas na ocasião.

Com o Manifesto Comunista como uma grande obra, Marx conseguiu inserir uma necessária consciência de classe. Talvez a batalha final, a partir dessa consciência oficial, nunca seja vencida devido às típicas dissensões entre correntes de esquerda que perduram até hoje.

Na época não havia consenso com os anarquistas, pertencentes à mesma corrente institucionalizada da Internacional e chefiados por Marx. Os anarquistas de Bakunin sempre negaram o chamado estado, um centralizador de poder para corrigir os desvios liberais. E à luz do que aconteceu na Rússia, Cuba ou outras fortalezas comunistas recentes, eles estavam certos. A teoria, o que foi escrito por Marx e adotado por Lennin poderia ter muito de igualdade social, de utopia. Mas Marx não conseguia imaginar que o poder corrompe tudo, sempre.

Apesar disso, o ideal utópico sempre serve como horizonte e como primeiro baluarte contra o capitalismo desenfreado. E em sua alegoria inatingível, é claramente necessário até hoje.

Os 3 principais livros recomendados de Marx

O manifesto comunista

Junto com Engels, Karl Marx escreveu este livro em 1848. Embora não seja seu livro mais profundo, ele o resgatou em primeiro lugar por seu significado histórico.

Buscando uma linguagem descritiva e sempre esclarecedora sobre os rumos da economia capitalista, sua lucidez serviu de base para todos os movimentos de classe subsequentes.

Como já salientei antes, enquanto não se prove o contrário, o ser humano é incapaz da utopia do verdadeiro bem-estar social, que se rende à igualdade total, ao compromisso entre as classes.

Por tudo isso, este livro que reúne os anseios de milhões de trabalhadores em busca da justiça social, além de sua clara exposição de fatos, traz muita fé, crenças, esperança, uma espécie de bíblia sociopolítica que também é compilada por uma ideologia de homem sábio formada a partir da experiência, experiências e revoluções humanas desde aquela outra revolução, a industrial.

Uma busca brilhante pelo equilíbrio entre conceitos de peso como Relações de Produção, Forças Produtivas e Consciência Social que têm movido o mundo até nossa nova Revolução tecnológica com um quadro ainda indefinido (um novo Karl Marx é necessário, como comer).

O manifesto comunista

O capital

Considerada a obra-prima de Marx. Para enfrentar o seu inimigo é preciso conhecê-lo ... E é por isso que este livro é entendido com o intuito de uma dissecação completa da economia política, com todo o significado que essa intenção tem para que política e economia andem sempre juntas.

A mão invisível de Adam Smith precisa da outra mão de um pai do governo que sabe redirecionar os excessos de um filho caprichoso como o mercado. É uma obra escrita por dois anos, mas concluída por Engels através de uma compilação que o levou 9 anos após a morte de Marx.

A verdade é que este trabalho sobre o diabólico sistema capitalista, diante do qual a figura de Marx apareceu, passa a ser um dos melhores tratados sobre o capitalismo vigente em qualquer sistema produtivo, sobre a especulação e o único interesse final na satisfação da ambição.

De grande rigor técnico, porém traz também o brilho do detalhe, a observação do underground do sistema capitalista ...

O capital

Elogio do crime

Do grande autor, a raridade. É sempre interessante descobrir aquele livro especial, aquela obra que de repente traz outra perspectiva ou mergulha em temas muito distantes. Há muito atávico no mal, na violência, no crime.

E que dúvida há de que é um assunto com o qual sempre temos que conviver como cidadãos? O que é para Karl Marx nesta obra única é analisar os canais institucionalizados para enfrentar o mal, o crime, a transformação da moralidade em lei, os meandros jurídicos e, em última instância, é claro, a possível desigualdade criminosa entre as classes.

Elogio do crime
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