3 melhores livros de Herman Melville

Com Herman Melville é composto o triunvirato dos grandes escritores de aventura do século XIX. Porque ao lado de Robert Louis Stevenson e o inesgotável Julio Verne, esses três autores encenam muito do espírito inovador, viajante, explorador, a meio caminho entre o horizonte da ciência e a próxima noite da superstição, crenças e até mesmo qualquer forma de fé, ancestral em qualquer uma das manifestações daqueles tempos.

Claro, no caso de Herman Melville, escrever nasceu como uma necessidade para testemunhar suas viagens entre mares e oceanos. As inquietações de um aventureiro daqueles dias somadas à imaginação e à criatividade de quem possuía o pau de escritor, levaram a uma infinidade de romances que vagaram por aquela mesma dualidade científica e esotérica típica deste século.

Criado como o segundo de sete irmãos, sem dúvida teve que aprender a se defender sozinho e ao mesmo tempo ajudar no sustento dos demais filhos, já que aos doze anos enfrentou o trágico desaparecimento de seu pai.

Por isso, não é de estranhar que aos 20 anos, com uma inteligência e uma bagagem cultural contrastadas nas mais diversas actuações, tenha decidido partir à conquista do que ainda estava por descobrir para além de qualquer mar.

Pouco importava que seus primeiros romances não conseguissem ganhar aplausos de críticos e leitores. A busca pela glória acabaria chegando, a meio caminho entre a literatura e o que havia de mais importante para seu espírito viajante: as experiências.

Os 3 principais romances recomendados de Herman Melville

Moby Dick

Quem não leu este livro ou pelo menos viu uma versão cinematográfica? No auge dos melhores romances de Júlio Verne, este livro abre-nos para uma aventura comparável, no seu pano de fundo com a Odisseia de Ulisses ou com qualquer obra que se abre à viagem como conhecimento e missão fundamentais do ser humano.

Porque a busca do capitão Ahab pela baleia vai longe no que diz respeito ao gênero de aventura. Mas é também que uma leitura mais profunda acaba por decifrar uma segunda intenção, aquela que narra a essência de cada viagem, de cada vida por trás do ideal, da missão, da intenção ou do que quer que nos mova.

Uma dicotomia literária que também é perfeitamente cumprida pelo mundo do mar, pelo conhecimento exaustivo do autor que acaba também por escrever um tratado marinho da sua época. Um romance completo e hoje valorizado em todas as suas dimensões.

Romance de Moby Dick

Benito Cereno

Em outra ocasião, já falei sobre o que significa escrever um professor em face do eclipse que paira sobre o resto da obra de um autor.

Nada do que Herman Melville escreveu mais cedo ou mais tarde atinge o brilho de Moby Dick, mas considerados por si próprios, livros como Benito Cereno merecem o benefício da dúvida, pois vêm do mesmo gênio. Estamos em uma ilha deserta na costa do Chile. O ano é 1799 e o Capitão Delano está ancorado em frente à ilha.

A chegada de um novo navio o coloca em alerta. Quando um posto avançado se aproxima de Santo Domingo, que é assim chamado, o que eles encontram ali desperta sua misericórdia. Mas em uma história de aventura nem tudo é o que parece ... O capitão daquele novo barco, um certo Don Benito, acaba sendo um personagem estranho, sinistro, capaz de guardar um grande segredo ...

Benito Cereno

Bartleby, o escriturário

Apesar da brevidade, essa história acaba magnetizando em sua estranheza. Poderia ser chamada de surrealista, apesar de essa corrente não ser conhecida na época do autor.

A questão é que uma força centrífuga o convida a continuar lendo, uma vez que você tenha começado. Tudo gira em torno de uma frase que Bartleby recorre constantemente: "Prefiro não".

Algo estranho aconteceu em seu cérebro, uma espécie de curto-circuito que paralisa um personagem que, de outra forma, cumpre com esmero suas funções de escriturário ou copista no escritório do narrador, um renomado advogado de Wall Street.

A moral da história é um assunto que sempre foi divulgado de boca em boca, sem que fosse totalmente delineado. Mas como digo, para além da vontade ou da intencionalidade do autor, o mais fascinante de tudo é aquele poder hipnotizante de um Bartleby que acaba os dias a passar fome na prisão ... Sobre como lá chegou, é melhor não vos dizer, « Prefiro não fazer ".

Bartleby, o escriturário

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