Os 3 melhores livros de Angela Vallvey

Recentemente resgatamos o escritor norueguês Maja Lunde, iniciada nessa narrativa juvenil a partir da qual agride a literatura mais adulta. Muitos outros casos fazem o mesmo e hoje é hora de apontar para Angela Vallvey, autora dotada de uma versatilidade invulgar que a conduz entre diferentes géneros, incluindo a poesia.

Porém, neste espaço somos mais do que aquilo que diz respeito ao romance. E no caso de Vallvey é sempre melhor assim evitar cair na tentação de tentar cobrir uma bibliografia tão extensa e alternada. A questão é que, apesar de tudo, o enquadramento temático não é fácil e o melhor é deixar-nos levar por aquela criatividade desencadeada capaz de nos oferecer novos cenários.

Cada romance é um novo microcosmo onde os perfis de seus personagens se separam, causando-nos constantes resets em relação a qualquer outra leitura anterior deste autor. Uma carreira literária que, além de frutífera e surpreendente, conquista reconhecimento de alto nível. Deixe-se levar pelas histórias de Ángela Vallvey e descubra sempre novos mundos.

Os 3 principais romances recomendados de Angela Vallvey

A alma das feras

A ficção histórica é mais suculenta, desde a parte mais ficcional, quando o que nos faz viajar no tempo é o intra-histórico, o anedótico que acaba transcendendo dando sentido ao tempo da virada. É o que acontece com essa história incrível ...

Um maldito garoto perdido na floresta. Uma rainha muito jovem que não aceita seu destino. Um sefardita que guarda um livro misterioso. Um guerreiro que pede justiça. Um assassino que mata como um animal ...

Estes são alguns dos personagens que desfilam pelas páginas desta fascinante história, que se estende entre os anos de Jesus Cristo e o reino medieval de León na época de El Cid. Uma aventura emocionante que mistura personagens históricos e anônimos em tempos sombrios e violentos em que, apesar de tudo, homens e mulheres ousaram trilhar caminhos incertos e enfrentar perigos inimagináveis ​​para cumprir seu destino.

A alma das feras

Bolo de amêndoa com amor

Como tudo na vida, o amor mais verdadeiro existe precisamente depois da constância de aspectos antagônicos como a tristeza, a desesperança ou a solidão. Da sensação da vida como um infortúnio, a ideia de que o amor é a única opção, não como clichê, mas como uma certeza rigorosa, acaba despertando para ir em frente.

Fiona é uma jovem órfã de mãe que tem "problemas" com a comida, não só porque se encarrega de levá-la para casa e abastecer seu pai doente, mas também porque a seção de conveniência tem sido sua única tábua de salvação no rosto de sua responsabilidade prematura. Fiona tem imaginação, mas também é realista, por isso é consumida pelo medo de que o Serviço Social descubra a deficiência de seu pai e os separe. A comida lixo é a sua forma de esquecer. Ele não sabe cozinhar porque também não sabe comer.

Mas Fiona sabe amar. Ou pelo menos tenta: ali está o Alberto, o rapaz por quem ela amou toda a vida, que acaba de regressar à cidade. A pena é que ele começou a namorar Lylla, o íntimo «melhor inimigo» da Fiona.

Sua vida inteira parece interrompida até que sua tutora, Srta. Aurora, insiste em convidá-la para almoçar e a apresenta para sua tia Mirna, uma cozinheira antiquada, bastante maluca, que a ensina que o principal ingrediente para cozinhar sobremesas requintadas não é açúcar, mas amor. E sobre isso ... sobre isso, Fiona tem grandes reservas. Junto com Fuet, um cachorro abandonado, e seus amigos Max e Carmen, Fiona descobrirá novas emoções ao embarcar em uma aventura de cerâmica que mudou sua vida.

Bolo de amêndoa com amor

Os estados de deficiência

Lembrei-me recentemente de uma entrevista no YouTube de Andreu Buenafuente para Rafael Santander. A noção do apresentador é a ideia de que a autoajuda não pode ser ditada por livros lidos apenas por aqueles que, justamente, não são capazes de se autoajudar. Confiar nesses placebos é uma questão de cada um e do momento que estejamos passando. Mas duvidar e criticar é sempre bom como primeiro passo para ajudar a nós mesmos. E se puder ser por meio de um romance suculento, então melhor.

Os personagens de Os Estados de Deficiência buscam a felicidade à sua maneira, como todos nós. Procuram não sucumbir à rotina, fugir da mediocridade ou reconstruir a vida com um pouco de sentido. Ulisses, abandonado por sua esposa Penélope, mora com seu filho Telêmaco. Penelope é uma estilista que não se corta tanto quanto a habitual Penelope quando encontra um pretendente.

Al suegro de Ulises, Vili, su mujer le hace la vida imposible, y él busca la felicidad con optimismo y algunas ideas peregrinas, como montar una nueva Academia para enseñarles a una pandilla de infelices que la felicidad consiste, como decía Platón, en hacer o bem. Sátira aos livros de autoajuda, meditação sobre a felicidade, homenagem ao mundo clássico... Sim, todas essas coisas estão e estão nos Estados de Deficiência.

Mas este romance é, acima de tudo, uma fábula hilariante sobre as fraquezas e a grandeza da condição humana. Ángela Vallvey tem uma prosa suculenta e direta, uma capacidade poética deslumbrante, um sentido de humor que nos incita à reflexão filosófica sem nos tornarmos sonolentos, inquietos ou pedantes. Talvez este livro não nos permita saber se a felicidade consiste em fazer bem, ou em desenvolver-se. nossas capacidades com a máxima habilidade, mas pode ajudar-nos a olhar-nos no espelho com coragem, com a dignidade que a nossa condição exige.

Os estados de deficiência
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2 comentários em "Os 3 melhores livros de Ángela Vallvey"

  1. "Estados de deficiência" é brutal. Valle maravilhoso.

    Com «A alma das feras» discordo um pouco, a intenção é boa e ela é historiadora e apaixonada pelo assunto, mas é um dos seus livros mais complicados.

    Eu acrescentaria outros, como «Kippel and the electronic gaze» que é um dos meus livros favoritos, aliás. Em geral, eu amo Vallvey em seus primórdios. Ele fez um pós-modernismo em que seu humor mordaz brilhou muito.

    Sou roteirista e já disse, sempre tenho Vallvey em mente nas minhas leituras. Como desenhava personagens, como ligava as referências...

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