3 melhores livros do sombrio Jens Lapidus

É difícil encontrar novidades temáticas numa pedreira literária tão prolífica como a nórdica na sua vertente do género noir. Até você se deparar Jens lapidus.

Este autor sueco conta suas histórias de Stockholm Black Trilogy sempre do outro lado, da perspectiva dos anti-heróis, aproveitando a ambigüidade que esta narrativa confere em que o bem e o mal se confundem por meio de personagens que muitas vezes combinam códigos de ambos os lados, buscando aquela singular empatia de leitura até com o mais safado.

Claro, essa diferença de outros escritores nórdicos não é uma diferença inteiramente nova. Olhando para o outro lado da lagoa James Ellroy Tem praticado desde sua brilhante aparição literária décadas atrás, nos perigosos anos 80 dos subúrbios dos Estados Unidos.

A dedicação de Jens Lapidus ao direito penal servirá de inspiração para seus romances que, embora ainda não constituam uma bibliografia muito extensa, apontam para a continuidade que muitos de seus novos admiradores esperam.

Os 3 melhores romances de Jens Lapidus:

Dinheiro fácil

Seu primeiro romance da trilogia condensa seu conhecimento do mundo do crime a partir de sua perspectiva de advogado. Sua crueza realista conseguiu cativar muitos leitores do gênero. A cocaína, seu mercado, sua inserção em todas as camadas sociais através de todo tipo de subterfúgios... E os personagens que vivem diretamente ao seu redor, uma espécie de submundo que alimenta a realidade da preciosa droga.

Até que os dois espaços se encontrem. Personagens como Jorge, um traficante, Mrado, um assassino ou TJ, um condenado à prisão perpétua sem consciência do risco... Todos eles são anti-heróis interessantes com os quais o autor nos convida a ter empatia. Afinal, são tipos contraditórios, capazes de tudo de pior e ainda assim humanizados a partir de aspectos nos quais todos podemos nos ver refletidos.

Este tipo de anti-heróis busca sua vingança particular entre uma sociedade anestesiada, uma justiça que olha para os lados e uma rua que estabelece suas próprias leis para todos aqueles que desejam habitar seus domínios.

Dinheiro fácil

Uma vida de luxo

Embora o natural seja empreender toda a saga em ordem cronológica, neste caso a última parcela parece muito melhor que a segunda, então não tenho escolha a não ser dar a ela a medalha de prata.

Os personagens de Jorge e JW aparecem aqui como náufragos de suas próprias vidas, com os velhos anseios por uma vida melhor esmagados pelas circunstâncias.

Mas é só uma questão de uma chicha calma. A cabra sempre puxa para as montanhas, e essas duas aves do crime logo encontrarão novos caminhos em suas ocorrências criminosas para alcançar aquela vida de luxo livre de escrúpulos e moralidades e rodeada de vícios e hedonismo.

O assalto ao poder do submundo parece a melhor solução, pois nem sempre são os que pagam o preço de negociar nas ruas. Um enredo acelerado à beira do sucesso ou do fracasso, sempre considerando que o interino é um processo acima de todas as leis.

Uma vida de luxo

Nunca foda ela

Um título que soa como a filosofia de todos aqueles personagens da baixa Estocolmo, não uma base geográfica, mas um espaço suburbano profundo onde todos aqueles que tentaram o dinheiro fácil sem encontrá-lo e aqueles que descobriram a vida como uma derrota contínua coexistem em uma destruição dramática. E entre todos aqueles zumbis da cidade grande, uma máfia iugoslava acaba dominando suas almas.

A linguagem do submundo, bem conhecida do autor, desliza para dentro da história com aquele realismo total que só o mimetismo linguístico confere.

O problema é que esses personagens renegados, dominados por outros tipos inescrupulosos de máfias organizadas, podem acabar sendo um problema, um problema real de magnitude incalculável. Desviar o olhar nunca pode ser a solução.

Nunca foda ela
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