O medo, como argumento do fantástico, oferece um vasto terreno para surpreender o leitor, um espaço onde se pode subjugá-lo à vontade e fazê-lo sentir os arrepios que a incerteza provoca. Se a história também funcionar por conta de Jose Carlos Somoza, pode ter a certeza que este cenário o fará participar como se estivesse ali, como se o seu tranquilo espaço de leitura pudesse começar a se submeter aos ditames do fantástico ...
A tal ponto que é assim, que este livro senhora número treze você já tem alguém para te levar ao cinema. Jaume Balagueró anunciou que levará essa história para o grande ecrã. Aguardaremos novidades enquanto o mundo literário recupera este livro como um avanço saboroso, por aquele de: «o livro é melhor ..., ou o filme é como eu imaginava ...»
A questão é que nos deparamos com uma história inquietante, onde os sonhos são novamente aquela conexão com o desconhecido, com o terror e o mistério, uma combinação que sempre triunfa e ainda mais nesta nova abordagem.
Salomón Rulfo não se diverte, a vida o derrotou em uma daquelas cenas trágicas que improvisa sem piedade. Talvez seja por isso que, em meio a essa fraqueza, aquele sono leve, Salomão começa a ter um pesadelo repetitivo com a morte, uma casa sombria ...
Ele sabe que deve significar algo. Seu pesadelo é a representação de sua demência ou algo que o reivindique de outro plano ...
Depois de seu pesadelo, o acaso o aguarda, aquele momento que finalmente amarra os pontos. E quando tudo assume sinais de certeza, a inquietação e a curiosidade macabra empurram Salomão para a verdade última.
Muitas vezes acontece que as verdades definitivas nunca são boas novas quando são anunciadas em sonhos sombrios. O caminho de Salomão, como um Dante através dos círculos do inferno, pode finalmente levá-lo à loucura, ou a uma brilhante e bela lucidez, que pode ser a mesma dependendo de como você a encara ...
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