Às vezes, parece que os anos 80 foram os últimos anos selvagens em tantas cidades ao redor do mundo. As drogas, as gangues, as favelas. De Nova York a Londres, do outro lado do Atlântico, certos bairros tornaram-se território comanche.
Basta lembrar o Bronx, com sua média de dois homicídios por dia em meados dos anos oitenta ...
Talvez seja por isso que o autor deste romance, o veterano do Vietnã e policial aposentado Kent Anderson, voltou a 1983 para entrar em uma cidade não menos problemática de Oakland.
Certamente o Agente Hanson, em cujo carro nos sentamos como co-pilotos para patrulhar a cidade, se parece muito com um suposto alter ego do próprio escritor. Hanson também é um veterano do Vietnã e também serviu como professor. Portanto, se somarmos a tudo isso a profissão policial típica do romance, começamos a imaginar uma espécie de autobiografia ou, pelo menos, uma narração de cenários e situações recuperados da memória deste autor.
E também de certa forma, parece que o autor procura limpar a consciência de alguns daqueles personagens reais que conheceu nos duros anos oitenta nos bairros menos favorecidos ... O agente Hanson sorri para crianças problemáticas como Weegee e de alguma forma estabelece um vínculo particular com um dos traficantes: Felix Maxwell. Assim, o autor pode divagar sobre as motivações do mal, sobre a justificativa que um cara capaz de matar pode ter para defender seu mercado negro.
O agente Hanson é um cara peculiar com seus traumas e suas deficiências que acaba se apaixonando pela Líbia, uma garota de cor. E quando nos descobrimos amarrados por todos aqueles laços emocionais que prendem o policial ao submundo particular em que ele deve patrulhar, a eclosão da violência nos sacode de forma inesperada, esperando que o bom e velho Hanson saiba como tomar as decisões certas para para não acabar sucumbindo à tragédia que está por vir.
Com certas reminiscências para Don winslow, Kent Anderson promete se tornar mais uma referência do gênero policial em nosso país.
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