Há livros que me venceram na capa. Uma capa diz muito. Pode já ser porque você o acha simplesmente lindo, curioso ou chocante. Ou porque é um daqueles que o deixam fascinado por seus detalhes intrigantes, sua cor ou o que quer que o cative indefinidamente. A questão é que, neste caso, li o livro porque a imagem me conquistou.
Aos poucos descobri que a imagem correspondia a um local fantasmagórico, em linha com o que era oferecido na capa. Ballymote foi a cidade natal de Brigit, a protagonista.
Existe um ditado que diz que você nunca deve voltar para os lugares onde você era feliz. O que dizer daqueles outros em que você não estava ...
Mas Brigit volta, magnetizada pelo medo e desculpas, pelas memórias mais sombrias e dívidas existenciais. Acompanhando Brigit, conhecemos o familiar entre o inóspito, o romântico entre o sombrio.
O tão esperado anúncio dos corvos acaba sendo uma reconciliação impossível, mas necessária, onde Brigit terá que se preparar para desfazer as brumas de seu passado e consertar os mistérios de sua família e de sua vida.
Um enredo cheio de fantasia. Mas estamos falando de uma fantasia com sedimento, por esse mesmo equilíbrio constante entre o bem e o mal, um amor possível que se vê nas sombras, uma resposta a todas as dúvidas da alma de Brigit.
Num tom fluido e dinâmico, onde as sensações das personagens se transmitem através de abundantes diálogos, esta trama invade-nos desde a primeira página para nos aproximarmos de um mundo enigmático nascido da voz cavernosa de Poe com o cenografia de Tim Burton. Um cenário de grandes espaços ocupados pela assombrosa sensação de claro-escuro permanente, de névoas que nunca se dissolvem e que restringem o que acontece, como se um vasto mundo se concentrasse em Brigit.
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Muito obrigado pelo tempo e pelas palavras maravilhosas que você dirigiu à minha história.
De nada, Raquel. E obrigado pela sua história. Embora não seja mais só seu hehehe. Abraço