A regata, de Manuel Vicent

Regata
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A regata, último trabalho de Manuel Vicente tem duas leituras. Ou três ou mais, dependendo do leitor-leitor. É o que tem o paraíso que nos foi concedido na Terra. Todos nós podemos participar dela na medida em que queiramos acreditar nas aparências ou saber apreciar as realidades últimas. E a literatura, sobretudo nas mãos de um autor como Don Manuel Vicent, é o instrumento perfeito para nos conduzir numa espécie de tragicomédia de personagens em busca do seu destino mais amável.

O grande e desejado paraíso na Terra poderia muito bem ser um lugar como circea, o espaço que o imaginário do autor nos apresenta às margens de um deslumbrante Mediterrâneo, onde Dora mayo desfrute da opulência ao excesso de felicidade. Dora esperava escapar em uma regata pelo dócil Mediterrâneo, domesticado para os ricos e os novos ricos. Mas no final ele fica sem um mentor e sem uma passagem para o barco. E acaba voltando a Madrid, procurando derrotado um novo lugar para voltar a acreditar em algo, mas com a alma carregada por aquele parêntese vital nas margens do Mediterrâneo.

A regata encontra novos participantes e inicia seu blog hedonístico. Os olhos de um escritor contrapõem-se a essa tolice de personagens sem alma e sem escrúpulos, pelo menos na aparência. Embora com o peso de suas existências triviais acompanhando suas contradições e seu egoísmo.

Mas todo mundo sabe que eles são vulneráveis. E nos momentos em que assumem sua presença irrelevante, seja diante de um nascer do sol majestoso, seja diante da brisa repentina do mar, evocam seus infortúnios e descobrem suas defesas miseráveis ​​com as quais procuram cobrir o vazio.

O horizonte do Mediterrâneo verá nascer os novos dias até os últimos que restam. Até aquele amanhecer sem admiradores, aquele despertar sem consciência; o dia em que o autêntico Mediterrâneo parece eterno para todos. E o silêncio silenciará os últimos ecos da farsa de nossas vidas.

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