De vez em quando, não é nada ruim mergulhar em um romance policial clássico, do tipo que faz você pensar no caso como um labirinto, e onde a luz do investigador de plantão brilha sobre você como se fosse um ilusionista.
Grandes romances policiais deveriam explodir sua mente, surpreendê-lo a cada nova reviravolta, e esse gênero não é amplamente cultivado nesse sentido estrito atualmente. Será uma questão de exigências editoriais, ou da tendência mais marcante do romance policial, onde muitas vezes a recriação da morte e da violência prevalece mais do que a investigação do caso em si.
Não quero dizer com isso que neste livro O último caso de Philip Trent vá encontrar um novo Poirot, um Lord Peter Wimsey ou um Sherlock Holmes. O oposto. Este livro tem um ponto de ruptura com o gênero. Embora apenas na parte que diz respeito ao personagem principal, o investigador. Embora EC Bentley expressasse um cansaço literário pelos romances de Connan Doyle, a verdade é que, no final, ele acabou replicando aquele gosto pelo envolvimento do leitor no quebra-cabeça do caso.
A grande diferença, então, é quem está encarregado do caso. Neste caso, centramo-nos em Philip Trent, pintor de profissão e entusiasta da investigação (uma espécie de quixote da época). Desse modo, costuma se entregar a casos de homicídio, que acabou desenvolvendo um grande dom para detalhes e deduções.
Quando Sigsbee Manderson, um potentado americano, é encontrado assassinado em sua propriedade, Philip começa a descobrir aspectos que a polícia ignorou, mas que para ele revelam em grande parte o que pode ter acontecido.
E então este pequeno Quixote da investigação se lança para esclarecer o caso. Seu caminho não será fácil, ninguém o ouvirá. Mas Philip vê isso tão claramente que não vai desistir. Apesar de todos os obstáculos, vai acabar mostrando ao mundo o que realmente aconteceu com o falecido.
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