As Hespérides eram ninfas da mitologia grega que guardavam um jardim deslumbrante que parecia um oásis no norte da África.
Neste livro O cemitério das Hespérides, o suposto jardim torna-se aquele, em um cemitério. Flavia Albia, filha de Marco Didio Falco, protagonista deste autor, participa da descoberta do corpo de um jovem estalajadeiro falecido há algum tempo.
Apesar de Flávia ignorar a descoberta para continuar se entregando à vida confortável com Manlio Fausto, com quem planeja se casar, a verdade é que a aparição do cadáver acaba tocando um acorde sensível que a leva a saber mais sobre o jovem malfadado que foi rudemente enterrado no jardim.
De seu poderoso estrato social, Flávia conduz-se pelos espaços infernais da Roma profunda, onde as pessoas saboreiam as amargas dificuldades morais de seus destinos. É então que a autora mostra o seu vasto conhecimento deste período histórico para se esbanjar em detalhes tão fascinantes quanto acidentados, de uma realidade que sem dúvida acompanhou a vida mais profunda da cidade imperial.
Cantinas dinky onde as mulheres imploravam por sexo para sobreviver, onde a violência se tornava lei e a existência só acontecia por meio de pactos com o diabo, o único que parecia estabelecer algum tipo de padrão naquele submundo.
Flávia enfrenta a fragilidade da vida. E apesar de que o mais fácil, natural e adequado seria voltar com os seus entes queridos, àquele mundo de luz, diversão e boas maneiras, ela acaba descobrindo que algo a liga a esse espaço remoto de perdição. Resta-lhe entregar-se aos deuses para não acabar sucumbindo naquele mundo subterrâneo.
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