Candela, de Juan del Val

Candela por Juan del Val
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Com seu romance anterior «Parece mentira»Com conotação autobiográfica (mas completamente ligada à sua vida), Juan del Val despertou comoção e também bolhas em setores muito diferentes, muito além do estritamente literário. Mas isso é outra questão, cujos extremos já foram revelados o suficiente em todos os tipos de mídia.

Mas, no final das contas, o que o autor demonstrou naquele romance anterior é sua capacidade de transgredir, comover, perturbar ou fascinar. Ou seja, uma combinação de ingredientes fundamentais para conseguir transformar qualquer trabalho de qualquer assunto em algo relevante, por qualquer motivo.

E agora vem este novo romance com nome de mulher: «Candela». E assim que você a vir, poderá sentir aquele protagonismo feminino que emerge até mesmo do nome escolhido para a protagonista feita o título, reforçando a personalidade dessa mulher feita universo narrativo desde o início.

A igualdade é uma questão que se pretende alcançar de cima, mas que também é interessante de tratar a seguir. E aí a literatura e as histórias como esta têm um vasto espaço a conquistar.

Refiro-me à imagem do protagonista com conotações de perdedor, quase um antagonista de si mesmo. Um estereótipo quase sempre masculino em que a fatalidade assombra como uma mistura de circunstâncias infelizes, azar ou a decisão destrutiva do personagem de plantão. O aparecimento de Candela como emblema do perdedor dá a sensação de que o fracasso também pertence a todos, homens e mulheres.

E desse fracasso, desse sentimento de vida como uma aposta perdida, histórias épicas, transgressivas, empáticas podem sempre emergir para cada um de nós, independentemente do sexo, com nossas batalhas perdidas que não temos escolha a não ser superar. .

Assim, conhecer Candela em meio à sua realidade turva, de um trabalho que despreza como garçonete e no qual serve seu maravilhoso humor canino de mesa em mesa, acaba sendo em parte reconciliador. Candela voltou de tudo na casa dos quarenta. Com aquele derrotismo de que a criatividade da melancolia tantas vezes emergiu; a magia das noites no submundo; e a esperança remota de um amanhecer melhor, versão feminina.

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Candela por Juan del Val
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