Não perca os 3 melhores livros de Woody Allen

O que dizer de Cineasta Woody Allen? Basta nos reverenciarmos diante de um tipo de aparência frágil e presença anódina que acaba espalhando seu engenho em um universo sem paralelo.

Mas também temos Escritor de Woody Allen que ocasionalmente se entrega a novas ficções no papel, tragicomédias de nossos dias, pensamentos, histórias e até mesmo uma autobiografia recente.

A verdade é que, anos atrás, eu não era muito de Woody Allen. Mas houve uma entrevista e um filme que mudou tudo. E é que em uma ocasião eles lhe perguntaram sobre as duas palavras mais bonitas do mundo. Ele, com sua aparência cansada de cachorro espancado, atendeu ao anseio do jornalista por algo romântico: "As duas palavras mais bonitas são: é benigno!" E pensei como isso é verdade, especialmente quando contado por um médico que acabou de analisar algo novo e estranho que se aloja em seu corpo.

Em relação ao filme, foi "Match Point" que mudou minha noção sobre o estilo e o passado de Allen. Não sei, deve ser algo mágico que esse gênio deslize entre suas apresentações realistas, aquele toque de tragicomédia maravilhosa da vida mais mundana, sua capacidade de captar a visão do mundo de seus personagens. Ele me bateu e comecei a ver como era sua faceta de escritor.

Os 3 principais livros recomendados por Woody Allen

Sobre nada

Uma grande oportunidade de dar uma olhada no Woody Allen feito por ele mesmo. Porque nessa fórmula improvisada, nessa aprendizagem repentina que foi a vida do aclamado realizador, reside o seu pano de fundo narrativo, esse conhecimento intensivo dos recessos da alma e dos seus disfarces comportamentais.

Neste livro de memórias sincero e muitas vezes hilariante, o celebrado diretor, comediante, escritor e ator oferece uma visão abrangente e pessoal em sua vida acelerada (ou talvez melhor degradada). Começando com sua infância no Brooklyn e sua passagem como escritor do icônico programa de variedades de Sid Caesar nos primeiros dias da televisão. Lá ele trabalhou com grandes personagens da comédia americana, Allen conta seus difíceis, mas já ruidosos primeiros dias antes de alcançar o reconhecimento e o sucesso.

Com seu habitual dinamismo narrativo (paradoxalmente frenético diante de sua presença serena), ele relata seu início como cineasta já na casa dos trinta, com comédias como "Pegue o dinheiro e corra", e revisita seus sessenta anos inteiros e enormemente carreira produtiva como escritor e diretor, de seus clássicos Annie Hall, Manhattan, e Annie and Her Sisters, até seus filmes mais recentes, incluindo "Midnight in Paris". Ao longo do caminho, ela fala sobre seus casamentos, romances e amizades importantes. Mas ele também investiga seu amor por fazer jazz, revisando livros amados e peças que o transformaram.

A sinceridade de Woody Allen é riso e zombaria, mas também uma inegável descida ao inferno para encontrar seus demônios. Aqueles que têm erros e também grandes acertos, mas demônios com os quais também aprendi. Este é um autorretrato extremamente divertido, profundamente honesto, rico e brilhante, de um artista célebre que está entre os maiores cineastas do nosso tempo.

Sobre nada

Sem penas

Estar de volta de tudo, ser aquele excêntrico tomado mais por sábio do que por louco é o que ele tem. Woody Allen recria seu papel de gênio para atacar precisamente aqueles padrões que se exaltam até a base ou que mergulham na miséria. E é melhor levar isso com humor, como com qualquer outra vaidade humana.

Emily Dickinson, a grande poetisa americana, tenta nos convencer de que a esperança "é aquela coisa com penas". Não é assim, diz Woody Allen. Aquela coisa emplumada acabou por ser seu sobrinho. Em suma, o que é certo é que aqui o erudito Woody Allen ataca mais uma vez a cultura. Sem penas é a segunda compilação de seus escritos satíricos. Além das histórias publicadas regularmente no New Yorker, foram resgatados textos admiráveis ​​de outras fontes – alguns até inéditos – além de duas hilariantes comédias de um ato: Deus e Morte.

Em todos eles Woody Allen faz reflexões bizarras sobre os problemas que o obcecam e que o tornaram famoso: a morte, Deus (ou a sua falta), as mulheres (ou a sua falta), os intelectuais, as artes e até os dentistas. Não satisfeito com isso, ele orienta o leitor sobre o grande interesse dos temas que inspiram os balés, como exercer a desobediência civil, ou como examinar um fenômeno psíquico.

Sem penas

Anarquia pura

Só um comediante brilhante como Woody Allen poderia conceber um musical em torno do Fin de Siècle Viena em que Alma Mahler venceria sucessivamente Gustav Mahler, Walter Gropius, Oskar Kokoschka, Franz Werfel, Gustav Klimt, Egon Schiele, Ludwig Wittgenstein e Karl Popper.

A via crucis que um incauto atravessa quando confia a reforma de sua casa a um empreiteiro suspeitosamente sensato; uma delirante troca epistolar entre o diretor de um acampamento de verão e o pai de uma das crianças (um grande idiota, é preciso dizer) que ali passa as férias; as vicissitudes de um homem que, em pleno estilo New Age, aspira a levitar, mas que se propõe a praticar sem dominar a técnica...

Estas são algumas das situações hilárias que Allen descreve em seu novo livro. Além de psiquiatras que acabam pior que seus pacientes, e de atores infelizes dispostos a fazer qualquer coisa para poder comer, sociedades bizarras desfilam por essas histórias, como a empresa que leiloa orações para que desejos se tornem realidade no eBay... sem garantias demais, e ingênuo para quem quer vender ternos que exalam odores, fornecer água ou recarregar o celular simplesmente esfregando-o em uma das mangas.

Woody Allen nos faz rir de novo com suas histórias: da polícia aos gourmets, passando pelo Mickey Mouse, detetives particulares ou creches, nada escapa às provocações ácidas de Woody Allen nessas dezoito histórias.

Anarquia pura
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