Os 3 melhores livros de Nélida Piñón

Brasileiro com raízes galegas, Nélida Pinon É uma das penas mais brilhantes da paisagem narrativa atual do país amazônico. Herdeiro do legado sem fim de seu compatriota Clarice lispectora e certamente inspiração de novas gerações de escritoras que carregam o bastão literário do país, como Ana paula maia por exemplo.

A bibliografia de Nélida Piñón compõe aquele dualismo habitual de todo narrador comprometido com seu mundo. Por um lado, a abundante ficção de Piñón, mas, por outro, um aspecto ensaístico em que a autora também se volta, projetando o seu pensamento sobre o futuro dos nossos dias.

Em ambos os espaços, Nélida desperdiça esse ponto de sinceridade para uma cova aberta. Uma sinceridade convertida em realismo para os romances (e em comovente verossimilhança para as suas personagens) ou num interesse indubitável em sair desse ponto de sanidade (e defesa de direitos essenciais) num pensamento cada vez menos centrado nos remédios do mundo e mais no sentido de interesses espúrios.

Os 3 livros mais recomendados por Nélida Piñón

Uma lágrima furtiva

Nada é mais apaixonadamente sincero e, portanto, belo do que a declaração dos motivos do escritor. Contar o motivo de escrever é expor-se como um exceção homo à opinião do mundo. O testamento final que o levou a escrever permanece escrito. Algo que na maioria dos casos não é apenas lírico, mas também uma busca farta e inquieta.

Uma lágrima furtiva é o diário luminoso, íntimo e singular de um dos mais importantes escritores da literatura latino-americana. Neste colagem Impressionista, formada pelas mais lúcidas reflexões e fragmentos de uma inteligência imparável, Nélida Piñón compõe um autorretrato da sua história pessoal, da sua família e das suas raízes.

As meditações sobre a literatura, o ofício da escrita, a língua portuguesa ou a história mundial misturam-se naturalmente com uma análise de si mesma, da sua condição de mulher, da sua condição de escritora e de brasileira. Esta riqueza de abordagens e tentativas são, no fundo, vias de acesso a uma personalidade única e diversa; Afinal, a própria Nélida Piñón afirma sobre si mesma: “Sou múltipla”.

Uma lágrima furtiva

A república dos sonhos

A ideia de país contém grande parte de seus benefícios no sentimento de compartilhar o intangível. Na noção de que um daqui e outro dali, mas tão longe têm aquele algo em comum que os une. Os nacionalismos, cada vez mais fixados no terroir e na homogeneidade absoluta, são certamente assustadores pela forma como são fóbicos. A república dos sonhos é a República do Brasil, o lugar onde todas as esperanças humanas podem se realizar.

Madruga e Venâncio nasceram com o século. Se conocieron en el barco inglés que los trasladó de Vigo a Río de Janeiro en el lejano año de 1913. Apenas eran unos muchachos cuando dejaron atrás la miseria y el desamparo de su Galicia natal, para navegar detrás de un sueño, rumbo a los paraísos de ultramar.

Madruga vai conquistar o Brasil, construindo indústrias, negócios e fazendas. Mas vai se perder no caminho. Venâncio, ao contrário, manterá intacta sua condição de sonhador: será ele quem chora por Madruga, será o verdadeiro repositório de seus sentimentos proibidos.

En A república dos sonhos, feita de emoções, de palavras essenciais, Nélida Piñón sacode o leitor e transmite o sabor agridoce, de triunfo e frustração, de um dos poucos países do mundo onde a epopeia sobrevive.

A república dos sonhos

A epopéia do coração

Na época eu revi o romance De gado e homens da escritora brasileira Ana Paula Maia. É curioso que pouco depois me detive em outra novidade de outro autor do Brasil. Neste caso é Nélida Piñón, e seu livro A epopéia do coração.

É verdade que o reconhecimento internacional corresponde mais ao segundo, mas também é verdade que em ambos se pode encontrar uma exuberância amazônica de linguagem e diálogos, uma espécie de correspondência geográfica e linguística.

Provavelmente Nélida Pinon ser uma referência para Ana Paula. Nélida, a escritora veterana, sábia e prestigiada que tem mais de oitenta anos em comparação com uma jovem autora de 1977. Mas claro, esta é uma interpretação livre, fruto de uma fácil associação de ideias...

Mas seria assim porque sem dúvida a Nélida é mestre no que faz. A partir de uma tarefa de introspecção literária, ele é sempre capaz de levantar dilemas gerais, moral, política e socialmente. A deriva da sociedade é o tema por excelência.

A epopeia do coração parte do ambiente mais próximo de Nélida, do seu Rio de Janeiro, da América Latina, dos velhos costumes e das novas tendências, das miscelâneas impossíveis e das renúncias e esquecimentos dos valores positivos que poderiam ter existido no passado para inserir novos valores atuais, acomodatícios, fugazes, caprichosos.

Um romance que é uma análise, uma apresentação para a meditação lenta. Uma alegria para recuperar o pensamento como reflexão vital e não apenas algo ocasional, quase sempre material, comercial. E aí reside a epopeia do coração, em poder sentir com a pausa do coração, ou com o impulso incontrolável da verdade diante de tanta falácia. Sem dúvida um romance interessante e uma leitura construtiva nos tempos atuais.

A epopéia do coração

Outros livros interessantes de Nélida Piñón ...

Um dia chegarei a Sagres

Uma declaração de intenções é uma promessa, especialmente consigo mesmo. Pode-se considerar atingir qualquer ponto da geografia como a intenção final de uma transição iniciática no próprio conhecimento. Poderia ser Finisterra ou Sagres, locais onde o mundo parece ter sido consumido pelo oceano. Non plus ultra, não há nada além da sua jornada até o fim dos seus dias. Jogue suas próprias cinzas no mar e renasça, mais uma vez...

Nascido no século XIX numa aldeia do norte de Portugal, filho de uma prostituta acusada de feitiçaria e de pai desconhecido, o jovem Mateus cresceu com o avô Vicente, mas quando morreu iniciou uma viagem para o sul, em busca da utopia , mas também após a vocação de grandeza de um país pobre animado pelo desejo de liberdade.

Um dia chegarei a Sagres Resumindo, conta a história de Portugal, de uma civilização em perpétuo movimento através da vida de um indivíduo aparentemente insignificante, um camponês temerário, mas que o pode sê-lo numa época em que o que mais falta é a imprudência.

Um dia chegarei a Sagres
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