Os 3 melhores livros de Milena Busquets

Falamos hoje sobre Milena Busquets Tusquets ou como a cacofonia favorece a manutenção do nome de um autor de forma indelével. Embora certamente o sobrenome Tusquets já faz seu trabalho no das rápidas associações com o literário. Porque sim, Milena pertence a um clã editorial tradicional onde ela própria acabou emergindo como uma grande contadora de histórias.

E é aí que se considera o contexto e as circunstâncias como algo muito apropriado para forjar o profissional de plantão, seja ele um jogador de futebol ou um escritor neste caso. Porque você é o que você come e o que você sabe. E sem dúvida Milena conheceu o melhor da literatura espanhola para acabar tendo o prazer de ficar de frente para a página em branco.

Em sua própria faceta novelística, Milena aborda cenários muito próximos dos quais projetar uma visão. existencial. Algo como se a vida pudesse ser vista como uma soma de cenas, com aquela mistura de prazer perturbador em observar os outros e de desejo de conhecer precisamente os motivos profundos que os movem. Porque ao saber o que move os outros podemos acabar esclarecendo o que nos move.

Os 3 principais romances recomendados de Milena Busquets Tusquets

Isto também passará

Você nunca sabe se está fazendo certo quando se trata de abordar a infância e a verdade. Pode até ser que tantos Reis Magos e ratos-fada sejam uma distorção que não ajuda em nada o sentimento adolescente de ter sido "enganado" durante anos sobre um mundo fantástico que está retrocedendo rapidamente. A partir dessa ideia começa este romance de infâncias e contrastes, de duelos sempre na hora errada e de saudades de voltar às voltas perdidas...

Quando criança, para ajudá-la a superar a morte do pai, Blanca ouviu uma história chinesa de sua mãe. Uma história sobre um poderoso imperador que convocou os sábios e pediu-lhes uma frase que se encaixasse em todas as situações possíveis. Depois de meses de deliberação, os sábios se apresentaram ao imperador com uma proposta: "Isso também vai passar." E a mãe acrescentou: "A dor e a tristeza passam, assim como a euforia e a felicidade passam".

Agora é a mãe de Blanca que morreu, e este romance, que começa e termina em um cemitério, fala da dor da perda, do rasgo da ausência. Mas, diante dessa dor, fica a memória do que foi vivido e do quanto se aprendeu, e a reafirmação da vida pelo sexo, amigos, filhos e homens que foram e são importantes para Blanca ganha força. Tudo isso no decorrer de um verão em Cadaqués, com suas paisagens indomadas e sua intensa luz mediterrânea que tudo banha.

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Jóia

Melancolia é a felicidade de estar triste, como diria essa pessoa. O problema da protagonista deste romance é que um daqueles momentos em que as lembranças vêm te transportar um pouco, no caso dela, não são apenas espuma das ondas. Aquelas ondas que recuam imediatamente, dissolvendo-se em sussurros de saudade. Porque sem dúvida o traumático gosta de flashbacks. E lá está ela, vivendo momentos que não lhe pertencem mais...

A vida de uma escritora de quarenta e poucos anos transcorre bem, entre seus dois filhos e um relacionamento que parece prestes a terminar. Mas essa existência razoavelmente plácida é abalada pelo reaparecimento de um fantasma do passado na forma de uma memória repentina: Gem.

Gema era uma colega de escola que morreu de leucemia aos quinze anos, uma das duas mortes que marcaram sua infância; o outro era do pai dela, mas ele tinha vivido uma vida inteira, enquanto Gema partia mais cedo. Que existência teria? Quem teria se tornado? Quando você a viu pela última vez? Você poderia dizer adeus a ela? Por que o tempo está diluindo a memória do amigo morto?

Tentando resgatar Gema do esquecimento, a narradora inicia uma investigação que a levará a se encontrar com velhos amigos que também a conheceram, a procurar uma foto de grupo da turma, a visitar a escola, a rastrear obituários em um jornal, a investigar sobre o que aconteceu com o restaurante que os pais da menina tinham ...

Este é um romance sobre o passado que acreditamos ter esquecido, mas que nos assombra, sobre as perdas que nos marcam e a necessidade de nos despedirmos. Mas é também um romance sobre a vontade de viver e as pequenas alegrias do quotidiano, sobre o amor – pelos amantes, pelos filhos – e sobre as amizades que nos acompanham mesmo depois de desaparecermos.

O livro, ao mesmo tempo leve e profundo, vital e arrependido, confirma o talento de Milena Busquets após o extraordinário sucesso internacional de seu romance anterior, Isto também passará, e permite que você aproveite mais uma vez sua capacidade única de lidar com emoções e sentimentos com um estilo inimitável que lhe rendeu uma legião de leitores leais.

Gemam por Milena Busquets

Homens elegantes e outros itens

Acabamos com um volume de histórias, de cenários pequenos e incertos, onde tudo pode acontecer. A improvisação serve para sair do modo de vida, como todos nós fazemos. Emoções que chegam e destroem e dores que passam sem nunca descobrir o limite...

Personagens do nosso mundo carregados de malas cheias de anedotas e detalhes que só acontecem quando ninguém os vê. A particularidade do autor e a generalidade das personalidades a serem descobertas como fetiches do que são, ou seja, da pessoa que habitam.

Os textos aqui reunidos são como instantâneos, como vinhetas, como esboços no caderno de aquarela de um pintor. Combinam, sem vergonha ou necessidade de desculpas, uma frivolidade saudável e uma aguda capacidade de revelar o que não é evidente.

Muitas vezes abordam o cotidiano, que às vezes pode parecer trivial ao olhar desatento, e daí extraem um sorriso, uma nuance poética, uma epifania. São textos em que se adivinha, antes de tudo, o olhar astuto, fresco e inovador de uma escritora capaz de ir além do óbvio e do previsível, capaz de transformar os artigos que escreve em filigrana literária leve, substancial e sedutora.

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